OS BARATINADOS
Começaram por ignorar, de seis meses pra cá, as reivindicações, os comunicados formais e os alertas da classe dos caminhoneiros. Confundiram “caminhoneiros” com “cordeiros”. Não imaginavam que o bicho ia pegar. E pegou.
No meio desse baratino, se atrapalharam e fizeram um acordo com os caras errados. Anunciaram o fim da greve, com o auxílio de uma rede de TV parceiraça, mas resultou em vexame, pois a greve não acabou coisa nenhuma (pelo menos até a tarde do domingo, 27).
Some-se todo esse festival de trapalhadas a uma grotesca falta de estratégia e, de quebra, à nomeação de uma autêntico neoliberal – oriundo da iniciativa privada internacional – para o comando da maior estatal do país. O cara aplicou direitinho o que aprendeu: o único objetivo é o lucro, doa a quem doer, e o povo que se exploda. Só esqueceu (ou não sabia) que o dono de uma empresa estatal, no fim das contas, é o próprio povo.
Nilson Pessoa