:: 26/nov/2022 . 8:26
Deuses do Candomblé são reverenciados em obra de aventura
Produzido por meio de financiamento coletivo “Tião Cacete e os 16 Odus Sagrados – Uma aventura afrotupiniquim” tem narrativa eletrizante, decolonial e mostra que a cosmovisão Iorubá é autêntica.
Produzido por meio de financiamento coletivo “Tião Cacete e os 16 Odus Sagrados – Uma aventura afrotupiniquim” do autor paulistano, Thiago Marquini Machado, narra a aventura no plano astral de Tião Cacete, um homem escravizado e porta voz do orixá Exu no universo dos vivos. “O livro tem uma dimensão didática importante, explico o que é a tradição Iorubá no contexto brasileiro e trago elementos, tradições, entidades e rituais africanos e nacionais, além de lendas e mitos – Conta Thiago Marquini – Também abordo o decolonialismo, que é o entendimento de que há outras visões históricas e míticas válidas, além da ocidental moderna predominante, e que devem ser reintegradas a sociedade. Acredito que um tema como a existência, por exemplo, precisa ser tratado com transparência e sem vieses da maneira mais direta e objetiva possível.
Narrado em terceira pessoa e totalmente imersivo, o livro mostra Tião Cacete entediado com a vida após a morte, até que percebe que algo importante estava para acontecer na humanidade, e que de alguma forma, ele tinha um papel relevante. A partir daí ele é lançado para uma aventura em todo o continente americano, e à medida que compreende o poder da natureza e a sua conexão profunda com ela, ressegnifica toda a sua vida, a morte, a diáspora, a escravidão, e a própria história da humanidade.
“O Tião Cacete é um exu, a categoria das entidades que são as almas de falecidos feiticeiros e que frequentam os candomblés e umbandas. É diferente de Exu Orixá, divindade Iorubá das mais importantes” – Explica Marquini – “A aventura é a fórmula da narrativa, a forma como decidi contar a história. Mas, na realidade, a obra tece uma grande tese, que é a afirmação de que a cosmovisão Iorubá é autêntica, válida e precisa sair da marginalidade”.
Tião Cacete e os 16 Odus Sagrados – Uma aventura afrotupiniquim conduz o leitor até a última página e proporciona um mergulho na cultura da nossa mãe África. Em tempos de racismo explícito e intolerância religiosa, a obra resgata de forma orgulhosa nossa ancestralidade nos aproximando da riquíssima cultura dos negros Iorubás. É também uma forma de resistência, de decolonizar nossa visão de mundo. “Espero que os leitores interessados em estudar o assunto tenham na obra uma boa referência, mas acredito que a síntese não tenha sido concluída, no meu ponto de vista, é uma missão para mil escritores e eu só escrevi as primeiras palavras” – Finaliza Thiago Marquini.
Sobre o autor:
Thiago é escritor, músico e compositor de São Paulo, morador das muitas cidades e de bastantes casas e viageiro do mundo e do Brasil.
Na literatura, publica em 21 o romance “As Invasões Lúdicas” pela editora Ases da Literatura, uma novelinha que narra o desfile do Chico Pinga nos dias do Carnaval de 18, última festa que vai se jogar antes de assumir a guarda da filha pequena, numa obra que justifica o lírico e o lúdico como formas autênticas de se pôr no mundo.
Em 22 publica o segundo romance, a fantasia “Tião Cacete e os 16 Odus Sagrados – uma aventura afrotupiniquim“, ficção onde o exu Tião Cacete se acha na missão divina de salvar a humanidade da extinção, coisa que ele mesmo não está bem certo que deve cumprir.
Tião Cacete e os 16 Odus Sagrados – Uma aventura afrotupiniquim
Preço: R$ 39,90
Redes sociais: Instagram: https://www.instagram.com/thiagomarquinimachado/
Cientistas da UFSB defendem que projetos de recuperação da Mata Atlântica incluam atenção com fauna dispersora de sementes
A maior parte das 34 espécies arbóreas no planeta, tendo mais de 500 espécies de árvores endêmicas. Conforme os autores, sabe-se que cerca de 75% das espécies arbóreas da região dependem da fauna local para a dispersão das sementes. É por isso que a ruptura das interações entre os vegetais e os animais que ajudam a espalhar as sementes, causada pelo fenômeno da defaunação (extirpação de animais em diferentes escalas de espaço), pode levar à extinção local ou regional de espécies de árvores, no longo prazo.
Devido ao alto grau de endemismo, com muitas espécies vegetais que só existem ali, e aos altos níveis de fragmentação e desmatamento, diversas espécies arbóreas encontradas na região sul da Bahia estão sob algum grau de ameaça. Esse fator, aliado à perda de animais dispersores de frutos e sementes, compromete e aumenta o risco de extinção das espécies.
Os autores explicam que ainda há poucos estudos sobre a ecologia da interação planta-animal entre as espécies arbóreas endêmicas ameaçadas e a fauna do Sul da Bahia. Por isso, para a pesquisa descrita no artigo, os cientistas mediram o diâmetro das sementes e estudaram o tipo de dispersão (se são sementes dispersas pela fauna ou dispersas de maneira ábiotica – por exemplo, pelo vento) de 38 espécies arbóreas ameaçadas de extinção da região. “Esses dados do tamanho das sementes e seu tipo de dispersão são cruciais para entender as possiveis relações mutualísticas entre espécies arbóreas com seus dispersores”, explica Beatriz Lins.
Os resultados encontrados apontam que 82% das espécies arbóreas encontradas na região são dispersas por animais, com sementes de diâmetro médio de 16,89 milímetros e que os principais dispersores são aves, como o araçari, primatas e roedores, como as pacas. Há relação entre o tamanho da sementes e a dimensão máxima de uma espécie de árvore, assim, sementes maiores geram vegetais maiores. Por sua vez, sementes maiores tendem a ser dispersas por animais de certo porte, cujas gargantas permitam a ingestão da semente durante a alimentação.
Assim, as análises revelaram forte relação entre espécies de árvores ameaçadas de extinção no Sul da Bahia e espécies animais dispersoras de sementes. Os autores afirmam que a defaunação de grandes dispersores de sementes é mais um fator a ser agregado às ameaças que já são ligadas às espécies da Mata Atlântica na região. A pesquisadora Beatriz Lins ressalta que “na ausência dos dispersores, estas espécies arbóreas, já ameaçadas de extinção, podem reduzir o seu recrutamento nas florestas, causando ainda maiores declínios populacionais ao longo do tempo”. :: LEIA MAIS »
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