Descentralização administrativa e diálogo mais próximo com o governo são avanços que beneficiam o setor industrial

No último dia 22, a Associação do Distrito Empresarial de Eunápolis (Adee) assinou acordo de cooperação com o governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), para gerir as áreas comuns e as vias internas do distrito industrial do município, assumindo a responsabilidade de administrar recursos e obras para a manutenção e conservação da sua infraestrutura.

Fruto da união de esforços do poder público e de lideranças empresariais, o acordo de cooperação é uma tendência que pode ser o início para uma “virada de chave” na resolução de antigos problemas das indústrias instaladas nessas áreas, beneficiando todo o setor produtivo.

A Adee é a quinta do estado a assumir a gestão direta dessas áreas e agora junta-se às associações das Indústrias de Vitória da Conquista (Ainvic), de Empresas do Centro Industrial de Aratu (Procia), das Empresas do Centro Industrial do Cerrado de Luís Eduardo Magalhães (Aciclem) e do Distrito Industrial de Barreiras (Adib).

A descentralização da administração de distritos, viabilizada pelos acordos de cooperação com o governo estadual possibilitam que as lideranças empresariais locais, que vivenciam diariamente as demandas das áreas, façam intervenções com mais agilidade e precisão. “É um caminho que está sendo incentivado pelo estado, passando esta responsabilidade para o setor privado, que está mais próximo da realidade local e pode utilizar os recursos de forma mais eficiente, com menos burocracia”, pontua a gerente de Relações Governamentais da FIEB, Cinthia Freitas.

Os acordos possibilitam avanços, mas ainda há muito a ser feito. Os Distritos Industriais exercem um papel importante para a economia do estado, abrigando mais de 1.300 indústrias de diferentes segmentos. Dos 15 na Bahia, a maioria (13) possui associações empresariais atuantes, que vem enfrentando questões de gestão, segurança, infraestrutura e regime jurídico dos terrenos dessas áreas.

Para fazer frente a esses problemas, a FIEB criou, no ano passado, o Fórum dos Distritos Industriais da Bahia, que conta com a participação de representantes dos 15 distritos, com o objetivo de unificar as demandas do setor e construir alternativas junto ao Poder Público. “Houve avanços, conseguimos chamar a atenção do governo, que começou a investir mais recursos na recuperação de alguns Distritos, realizando reparações consideráveis de infraestrutura”, aponta Cinthia.

Na visão do presidente da Adee, o empresário Pablo Cézar Silva, a “entrada direta” da FIEB na interlocução com o governo foi de fundamental importância. “A FIEB trouxe o governo para a conversa. Passamos a ter uma organização dos problemas comuns e um planejamento de trabalho”, afirma.