A ação reforça que, além dos compromissos globais, a COP30 deve representar para a indústria baiana um espaço de afirmação de sua relevância

Carlos Henrique Passos, prsidente da FIEB, em sua palestra no Fórum: Foto: Valter Pontes Cooperphoto/ Sistema FIEB
Na manhã desta quinta-feira (28), a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) promoveu o Fórum “Perspectivas e Oportunidades para a Indústria na COP30”, dentro da programação da INDEX. O encontro reuniu lideranças empresariais, representantes do setor público e especialistas para discutir os caminhos e responsabilidades da indústria frente à agenda climática.

O presidente da Federação, Carlos Henrique Passos, ressaltou que a COP30 representa uma vitrine estratégica para mostrar a atuação do setor produtivo na agenda ambiental. Segundo ele, a criação da SB COP, espaço conquistado pela CNI dentro da Conferência do Clima, amplia as oportunidades de protagonismo da indústria. “É uma grande chance de mostrar que a indústria já faz muito pela sustentabilidade. Projetos apresentados recentemente em premiações da FIEB revelam impactos mensurados, investimentos e renda gerada. A COP será também um ambiente de aprendizagem, revisão de práticas e de estímulo a iniciativas ainda mais inovadoras”, afirmou.

Durante sua fala, Roberto Muniz destacou que a transição energética é uma ambição coletiva, mas também um desafio para o setor.  Ele também resgatou o papel da CNI na formulação da expressão “Custo Brasil”, que surgiu há três décadas a partir de estudos conduzidos pela Confederação. “Esse levantamento deu origem à nossa Agenda Legislativa, porque foi a partir da análise desses custos que percebemos a necessidade de mudanças legais para avançar. Não basta dizer que temos potencial: precisamos produzir melhor e com menos custo, aproveitando as oportunidades que estão diante de nós”, defendeu.

Para o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida, a Bahia reúne atributos que reforçam seu papel estratégico na transição energética e na economia verde. Ele destacou o potencial do estado em áreas como biomassa, hidrogênio verde e pesquisa aplicada, com protagonismo do SENAI Cimatec. “Temos condições únicas de liderar esse processo, com ciência e tecnologia a nosso favor e uma indústria integrada, capaz de gerar soluções competitivas e sustentáveis”, pontuou.

Giselle de Oliveira, da Equinox, compartilhou experiências práticas da empresa no enfrentamento aos riscos climáticos. Ela destacou que fenômenos como secas e chuvas extremas já impactam operações, mas que a agenda ambiental também abre caminhos para ganhos econômicos. “A avaliação de riscos climáticos mostra que essas iniciativas trazem oportunidades de negócio. Tecnologias mais eficazes, substituição por energias renováveis e até produtos diferenciados, como o ouro com certificação sustentável, agregam valor e competitividade”, explicou.

O Fórum reforçou que, além dos compromissos globais, a COP30 deve representar para a indústria baiana um espaço de afirmação de sua relevância e capacidade de inovação, abrindo portas para parcerias e investimentos em uma nova economia de baixo carbono.

Painéis

O Fórum contou com abertura realizada pelo presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, pelo diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, pelo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, e pelo secretário do Meio Ambiente do Estado da Bahia, Eduardo Sodré. Em seguida, ocorreu o primeiro painel, com o tema “Posicionamento da Indústria brasileira na COP30 | SB COP”, que teve mediação de Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, e participação de Ricardo Mussa, chair da SB COP; Maria Emília Peres, knowledge partner da agenda Sustainable Cities e Green Skills da SB COP; e Paulo Roberto Britto Guimarães, diretor-presidente da Bahiainveste.

O segundo painel abordou as “Iniciativas da Indústria baiana para Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas”, mediado por Arlinda Negreiros, gerente de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da FIEB. Participaram Jorge Soto, diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem; Tânia Oberding, diretora industrial do Complexo Acrílico de Camaçari da BASF; Giselle de Oliveira, da Gerência Jurídica Regulatório da Equinox; e Pedro Becker Pozzi, gerente de Negócios, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho do SENAI CIMATEC.

INDEX

Com foco em conectar soluções inovadoras, negócios e práticas sustentáveis da cadeia industrial, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Bahia) criaram a INDEX: maior evento do setor no estado, que ocorre entre os dias 27 e 29 de agosto, no Centro de Convenções de Salvador.

A programação inclui palestras, workshops, plenárias, rodadas de negócios nacionais e internacionais, missões empresariais e experiências interativas. Participam das ações líderes, especialistas e autoridades de todo o país para debater agendadas voltadas para inovação, sustentabilidade e competitividade.

Estarão presentes no evento empresas dos segmentos petroquímico, mineração, metal mecânico, energia, agronegócio, tecnologia e inovação, cosméticos, moda e couro. Serão 300 empresas expositoras, uma programação com 220 horas e um público esperado de 30 mil pessoas.

A INDEX tem patrocínio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Confederação Nacional da Indústria (CNI), BYD, Acelen, PetroReconcavo, Suzano, Neoenergia Coelba, Basf, Braskem, Faeb, Senar, Prefeitura de Camaçari, Prefeitura de Salvador, Bahiagás, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Finep, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Governo Federal.  O evento conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia, Senac e Desenbahia, além de apoio institucional da Sufotur, produção do Bahia Eventos e media partner da Rede Bahia.