Projeto de extensão da UFSB articula visitas de comunidades escolares ao Campus Jorge Amado
Uma turma de 25 docentes da Escola Municipal Themístocles Andrade conheceu setores e cursos do Campus Jorge Amado em visita ocorrida no dia 2 de setembro. O passeio guiado ofereceu condições para a formação de vínculos entre a comunidade regional e a Universidade Federal do Sul da Bahia. A oportunidade foi criada pela equipe do projeto extensionista Um olhar para o ensino fundamental e o ensino médio: construindo pontes entre saberes-fazeres da universidade com a educação básica, coordenado pela técnica-administrativa em Educação Rosângela Cidreira de Jesus e a docente Rosemary Aparecida Santiago.
Rosângela conta que o projeto surgiu em um momento em que a UFSB, situada em uma região de difícil acesso devido à limitada oferta de transporte e ainda pouco conhecida por sua comunidade do entorno, reconhece a necessidade de se aproximar da população local. “Nesse sentido, o projeto se propõe a estabelecer um diálogo com estudantes da Educação Básica e com a comunidade regional, contribuindo para a ampliação do vínculo entre universidade e sociedade”. A demanda por esse contato fluido e aberto com a comunidade foi apresentada pela coordenação do campus à servidora, que passou a planejar e articular as ações para essa aproximação, iniciada em 2023.
De lá para cá, o projeto de extensão promoveu um total de 17 visitas institucionais, com cerca de 628 estudantes e 29 docentes da Educação Básica. Pela UFSB, estiveram envolvidos 12 estudantes e 36 docentes da UFSB, de diferentes Unidades Acadêmicas, o que Rosângela considera que reforça o papel da universidade na mediação entre conhecimento acadêmico e saberes escolares. As visitas em 2023 incluíram escolas da rede pública e particulares, com 14 visitas, cerca de 505 estudantes e 21 docentes contemplados, indicativo do interesse que a proposta atraiu.
Conforme a coordenadora, em 2024 a atividade foi reduzida em função de afastamento legal da coordenação e paralisação por conta da greve acadêmica, com a única visita organizada atendendo 45 discentes e três docentes do Colégio Estadual Valdelice Pinheiro. Já neste ano, além da visita de 25 docentes da Escola Municipal Themístocles Andrade, Rosângela contabiliza duas visitas institucionais: uma do Colégio Estadual de Ipiaú, com 35 estudantes, e outra do Colégio Montessori Santo Agostinho, rede privada, com 33 estudantes, totalizando 78 estudantes e cinco docentes da Educação Básica.
Como o projeto funciona?
Décimo primeiro registroPara preparar as visitas, os contatos prévios das escolas e da coordenação focalizam nas expectativas e interesses das comunidades escolares sobre a universidade, explica Rosângela: “eles manifestam seus interesses em relação a UFSB e nós elaboramos os itinerários formativos, ou seja, o percurso a ser feito pelos visitantes durante sua permanência na UFSB. Conto com o apoio irrestrito da docente Lyvia Julienne Sousa Rego, que contata os docentes do Programa Biossistemas e colabora na elaboração do itinerário. Ressalto que todos os docentes, decanos, colegas servidores a serem contatados demonstram grande disponibilidade em colaborar. É muito lindo contar com o apoio de todos”. A coordenadora conta que os próximos itinerários vão incluir também a CEPLAC, cujo setor de Relações Públicas já colabora com o projeto de extensão.
Terceiro registro
Os resultados das atividades indicam uma “significativa repercussão” no ambiente interno da universidade como também na comunidade externa, avalia Rosângela. A visibilidade do projeto foi ampliada pela cobertura da mídia local, após a entrevista concedida a TVI em agosto de 2024, e pelas avaliações positivas em grupos institucionais da UFSB: grupos dos Técnicos em Assuntos Educacionais (TAEs) do Campus Jorge Amado (CJA), bem como o grupo de dirigentes. Uma avaliação feita pela Pró-Reitoria de Ações Afirmativas (PROAF) destacou a importância estratégica da iniciativa para a aproximação com a comunidade externa à universidade. “Além disso, a presença constante de imagens e relatos das visitas nos grupos institucionais da UFSB revela uma receptividade positiva da comunidade acadêmica. Comentários, curtidas e interações espontâneas demonstram o impacto simbólico da proposta, que contribui para a valorização da extensão universitária enquanto prática formativa e política de inclusão”, pondera a coordenadora.
Segundo e-mail da Coordenação de Dados e Informações Acadêmicas (CDI/UFSB), houve um salto no número de ingressantes no Campus Jorge Amado entre 2023 (189 ingressantes) e o primeiro semestre de 2024 (563 ingressantes). “É possível que tal crescimento possa estar parcialmente associado à maior exposição da universidade e às ações integradoras promovidas pelo projeto, o que evidencia seu potencial de contribuir com políticas de permanência e acesso ao ensino superior”, considera Rosângela.
O contato das escolas para organizar uma participação junto à coordenação do projeto pode ser feito pelo e-mail para cidreira@ufsb.edu.br.