Anísio Cruz – 11 /05/2018

O dia delas está chegando. E nesses dias, para todos nós, seus filhos, tempo de buscarmos um meio para tentar recompensá-las por nos ter dado a luz, e pelo extremoso devotamento com que fomos criados. Nada mais justo que retribuir, ou pelo menos tentar, num único dia, aquilo que nos foi dispensado ao longo da vida. Mães, guardiãs do dom da vida, no seu processo gestacional, desde a concepção, e para todo o sempre. Sempre… estranha palavra que resume em 6 letras, a suposta duração da eternidade.

Lembro-me da minha querida mãe, a todos os dias, desde que ela se foi. A propósito da sua partida, escrevi, e foi publicado no Diário da Tarde, esse texto que transcrevo.

TRIBUTO À MINHA MÃE (LEDA)

Lá se vão dois meses, desde a tua partida e, parece-nos foi ontem. Quase não percebemos o tempo passar, tão forte era a tua presença em todos nós, que ficamos.

Lágrimas de saudades ainda fluem com frequência dos nossos olhos, e vão beijar a terra onde fostes sepultada. ainda ecoam também, nos nossos ouvidos, a tua voz, o teu sorriso, os teus lamentos… teus gemidos.

A sensação de vazio que nos veio, buscamos preencher com a vida que nos destes, e que, com tantos sonhos, sacrifícios e renúncias, soubestes transmitir, carinhosamente, a todos nós, através do amor materno.

No teu sofrimento medimos o nosso próprio, e entendemos, embasados na Fé Cristã, o sentido da resignação, e sujeição à vontade Divina.

Choramos, sim, e ainda choraremos muito, quando as lembranças rondarem o nosso viver diário. E certamente elas virão sempre, e serão bem vindas, pois o amor maior, não se dissipa, jamais.

O tempo, porém, passará inexorável, em sua marcha rumo ao infinito. E nós, figurantes esparsos do drama da vida, passaremos com ele.

Pouco a pouco chegará o dia de irmos ao teu encontro. Um a um, cada qual no seu momento, todos iremos transpor a barreira da vida. E do outro lado, portando aquele sorriso lindo, certamente irás nos receber, enquanto outros figurantes estarão nos substituindo neste mundo.

A vida continuará, por séculos e séculos, eternamente. Para nós, entretanto, não mais existirá saudades.

Ilhéus, 11/10/1985.

E em seu nome, deixo aqui a minha homenagem a todas as mães do mundo, e em especial, à minha filha Liane, minha nora Carolina, minhas irmãs Neyde, Angélica e Graça, e à Nilcéia, mãe dos meus filhos. Beijo carinhoso à todas.