VAI UM FILET AU POIVRE, CASSOULET OU FOIE GRAS?
Certamente quem já sentou num restaurante francês upscale (de luxo) para saborear iguarias desta cozinha, se deparou com um cardápio recheado de nomenclaturas incomuns ao nosso dia a dia, não foi? Xiii…Bateu aquela insegurança mesclada a fome e curiosidade na busca pelo “prato gastronômico perfeito”, não foi? Então, quando a dúvida pairar no ar… não tem para onde correr! Solicite a ajuda preciosa do maître ou garçom especializado, sem hesitar, para que sua noite seja uma noite de sonhos e não de uma tragicomédia! Quantas estórias já ouvi de pessoas visitando Paris que pediram o famoso “Magret de Pato” que os fez rir e ao mesmo tempo traumatizar para o resto da viagem? Acreditem que eu também já passei por poucas e boas em minhas aventuras ao redor do planeta!
Bem, já que não estamos agora num bom restaurante francês, que tal a ajuda simpática de uma gastrônoma aqui mesmo pelo R2CPress?
Vamos citar, nesta primeira parte da matéria, alguns destes pratos ou ingredientes:
Bearnaise (pronuncia-se bearnesse): é um molho à base de ovo, echalote (uma cebola francesa que não existe no Brasil) e manteiga. A dificuldade para derreter a manteiga sem que ela queime enquanto se mistura com a gema de ovo é um dos motivos que fazem desse molho uma das provas de fogo para saber se um cozinheiro domina mesmo as técnicas de cozinha.
Filet au Poivre (filé ô poavre): é um filé criado pelo lendário chef Juliveau, no café de Paris, no século 19. É um filé com molho de pimenta verde e do reino preta e pode ser apresentado em duas versões: uma com creme de leite e outra sem o creme. Ele é consumido com batata sauté.
Cassoulet (cassulê): essa é conhecida dos brasileiros. Em uma espécie de caldo feito com feijão branco, é adicionado carne de porco ou pato que, na França, é tão comum quanto o frango. Por isso, a cassoulet é conhecida como a feijoada francesa. É bastante consumida no sul da França.
Boeuf Bourguignon (bif borguinhôn): parecido com um picadinho brasileiro, esse prato é comum na região central da França, em especial na Borgonha. Depois da carne ficar marinando e ser cozida em um molho de vinho tinto com cebola, ela é incorporada à cenoura e ao cogumelo Paris. Geralmente é feito com carnes mais duras, como coxão mole ou músculo.
Foie Gras (fôi grá): um dos ingredientes mais típicos da França é nada mais que fígado de pato mulard ou ganso. Os animais passam por um sofrível processo de engorda para que seus fígados inchem e fiquem bons para consumo. Mas é importante não confudir o foie gras com patê: existe patê de foie, mas o foie gras não é patê.
Terrine (têrrini): entrada feita originalmente com foie gras. É preparada com a gordura do foie que, quando colocado no fogo ou em banho-maria origina essa pasta consistente. É preciso muita habilidade para não deixar o ingrediente sumir ou virar gordura. No Brasil, existem as versões com fígado de galinha ou com toucinho fresco.
Magret (magrê): o magret corresponde ao peito do pato mulard e é cozido em sua própria gordura, após riscá-las em losangos. Se o animal for de outra espécie, então a receita passa a ser chamada de filé de canard (filé de pato). Usado em diferentes receitas e de diversos modos, o magret é muito comum na França.
Confit (confî): A expressão confit de canard (confit de pato) se refere ao confit da coxa e da sobre-coxa do pato. O confit é uma técnica de conservação que resulta do cozimento longo em fogo baixo sobre o alimento em gordura ou açúcar (xarope – para frutas e confit de flores). Tradicionalmente utilizam-se peças de carne onde a própria gordura a cozinha, como o pato e ganso, armazenado em um recipiente bem fechado, completamente submersa pela mesma gordura evitando o contato com o ar. Você também pode fazer confit de legumes em azeite sem fervê-lo, o de alho é uma delícia!
Bouillabaisse (builhabésse): originada no sul da França, é uma sopa feita com muitos tipos de peixes. De caráter popular, ela surgiu quando os pescadores se reuniam em regiões distantes para trabalhar e, como não tinham o que comer, cozinhavam vários peixes num mesmo caldo. Geralmente, é dos peixes em que o filé não pode ser aproveitado que se faz uma bouillabaisse.
Creme Brulée (créme brulê): é uma das mais tradicionais sobremesas da França e consumida em todas as partes. O creme brulée é um creme fácil de ser preparado, feito da mistura de creme de leite, açúcar e gema de ovo. Em alguns locais, se acrescenta canela ao creme pronto.
# Fica a dica:
Seja o que for que você escolha para comer, a bebida ideal para acompanhar é a mais francesa de todas as bebidas: o Champagne! Salute… 😉
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Fontes: Módulo de Cozinha Clássica Francesa e Garde Manger da Universidade Anhembi Morumbi
Guia da Semana – Viviane Aguiar
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Até lá! Au revoir!
Aline Fidelman
34 anos, Ilhéus-Ba.
Gastrônoma diplomada pela Universidade Anhembi Morumbi – São Paulo
Especializada em docência pela Leiths School of Food & Wine – Londres
Perfil Profissional: 3 anos de experiência de em Buffet e Catering e 6 meses como assistente de chef de cozinha, área de Garde Manger, na empresa KUDOS Hospitality, Londres.
Contato: fidelman.a@gmail.com
Lindamente apresentado, sou culinarista e vivi 15 anos dos meus 45 pela França.Mais uma vez parabéns!