Mila Cordeiro / AG. A TARDE

Rodrigo Faria optou por usar apenas um cartão de crédito

Rodrigo Faria optou por usar apenas um cartão de crédito

Ele é versátil, útil e prático, mas se o consumidor não souber controlar os gastos, o cartão de crédito pode se tornar uma armadilha perigosa e causar o efeito “bola de neve”. Por isso, verificar qual o melhor dia para o vencimento da fatura, evitar o pagamento mínimo e fazer compras parceladas sem juros são algumas das dicas dos especialistas para o consumidor não ficar endividado.

O uso do cartão de crédito tem crescido ano a ano e, consequentemente, a taxa de inadimplência. Segundo dados do Banco Central, no mês de maio, a taxa de inadimplência nas operações com cartões de crédito somou 29,5%  –  a maior entre todas as linhas de crédito  disponíveis hoje no país. A taxa de juros dos cartões de crédito é uma das mais altas praticadas no mercado, geralmente variam entre 10% e 18% ao mês, fora os encargos.

Há cinco anos, o fotógrafo e dentista Roberto Faria, 44, deixou de integrar o grupo de consumidores que se endividaram com o mau uso do cartão de crédito. “Tinha sérios problemas, pois perdia o controle do pagamento das faturas e em muitos casos pagava o mínimo, que aumentava os débitos e virava uma bola de neve, onde não conseguia quitar o valor total”, disse. Roberto tinha quatro cartões e, depois dos prejuízos causados, optou por ter só um. “Hoje consigo organizar meus pagamentos e tenho mais controle”, afirma.

Pagamento mínimo – As informações relativas ao uso do cartão de crédito ainda não são claras ao consumidor, principalmente aquelas sobre o pagamento mínimo do valor total da fatura. “Hoje temos uma grande variedade de pessoas que usam o cartão, mas não sabem fazer as contas relativas ao seu uso. E isso explica por que os consumidores ficam se endividando”, pontua Suyen Miranda, consultora em finanças pessoais e qualidade de vida, graduada pela Universidade de São Paulo (USP).

O consumidor, ao realizar o pagamento mínimo da fatura do cartão, muitas vezes não sabe que o valor que está pagando não é nada do montante principal da dívida, gerando acúmulo das prestações e dos juros exorbitantes. “Nisso, ele está pagando apenas o juro mensal em cima da dívida principal”, destaca Suyen. Segundo ela, somente com o pagamento mínimo é praticamente impossível zerar a fatura do cartão de crédito.

Em situações como estas, especialistas em finanças orientam que o consumidor opte por quitar a dívida por meio de um empréstimo pessoal.  “O ideal é o consumidor não entrar no crédito rotativo ou pagamento mínimo. Na falta de dinheiro para pagar a fatura, ele deve fazer um empréstimo pessoal, onde os juros são menores do que o cartão de crédito. É como se tivesse trocando uma dívida cara por uma dívida mais barata”, orienta Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de estudos financeiros da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Juliana Dias

A TARDE ONLINE

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