Acabei de assistir ao Programa Globo Rural e fiquei indignado com o que vi! Eu senti que jogaram a pá de cal na nossa CEPLAC. Quem assistiu sabe do que estou falando.

Até pouco tempo, quando se queria falar sobre a cultura de cacau e suas tecnologias, era natural se chamar a Instituição que sempre cuidou da lavoura cacaueira, a CEPLAC. Hoje, o que se assistiu no Programa acima citado, foi uma matéria sobre a doença “vassoura de bruxa”, sendo tratada por um técnico de uma Cooperativa que nada tem a ver com a CEPLAC, acredito eu.

Indagado sobre a doença, ele deu algumas respostas e em momento algum falou da Instituição mãe das pesquisas a respeito da cultura do cacau. Ele apenas se referiu ao CEPEC.

Eu fiquei indignado. Como é que a Globo, que tantas matérias fez a respeito do assunto cacau, sempre se utilizou das instalações da CEPLAC e dos seus competentes técnicos, para falar sobre o assunto, agora, para responder a uma pergunta de um agricultor de cacau, ela procura uma Cooperativa de Ilhéus. Será que a Globo foi informada de que a CEPLAC já não mais existe?

Gente, o que vai acontecer com esse patrimônio tecnológico incalculável criado pela  CEPLAC, através dos seus abnegados funcionários? Será que as lideranças da região cacaueira da Bahia e dos Estados do Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Pará, vão deixar acabar assim, sem mais nem menos?

É preciso que se faça alguma coisa para salvar o único Órgão de agricultura que deu certo, aplicando as tecnologias para desenvolver e recuperar a cultura do cacau, além de outras culturas, estimulando a sua diversificação.

A CEPLAC não pode ser jogada na lata do lixo. Eu me lembro dos meus 27 anos de dedicação exclusiva e de muito amor à causa, dedicados a esta Instituição, bem como a dedicação dos meus colegas, que tanto fizeram para que a CEPLAC chegasse ao seu apogeu.

Depois de vários governos pós os governos militares, começou o seu desmonte, iniciando pelo desastroso Collor de Melo, que até vendeu o prédio sede em Brasília, e encostou uma grande quantidade de funcionários de alto nível, relegando-os ao nada.

Dai em diante, foi só declínio. O pior é que as regiões cacaueiras do Brasil, se omitem e deixam esse patrimônio se evaporar.

Realmente, eu estou indignado!

Um abraço a todos,

Odoaldo Vasconcelos Passos