Não é nenhuma novidade que nós, baianos, somos um povo mal educado. Falo da carência de boas maneiras e daquela educação básica, doméstica mesmo,  “bom dia”, “por favor”, “obrigado”. Falo ainda de alguns costumes, digamos, nada civilizados. Não é à toa que o trânsito de Salvador é o pior do Brasil, não por falta de sinalização nas ruas, mas por falta de educação dos condutores de veículos, tanto os amadores quanto os profissionais.
Outro mau hábito é o de urinar nas ruas. E a capital Salvador é a terra-mãe nisso, com fama e tudo mais. Certa vez vi uma matéria sobre corrosão acelerada nas ferragens dos pilares do viaduto do Campo Grande, onde os técnicos diziam que uma das causas era o excesso de urina humana. 
Antes tarde do que nunca a nova lei municipal de lá, que pune os que gostam de fazer da via pública um imenso sanitário.

Pois bem. Hoje, num daqueles programas televisivos locais de Salvador – ao meio-dia – o apresentador falou sobre o alto valor da multa a ser aplicada a quem for flagrado urinando em via pública, que ultrapassa os mil reais. Além de se queixar(?) do alto valor, o apresentador sem-noção resolveu soltar a pérola: “E agora, onde é que eu vou mijar?”. Não, não acredito ter sido brincadeira do sujeito, imagino ter sido a reação natural de quem já tem entranhada a cultura passada de geração a geração, de que urinar na rua é a coisa mais normal do mundo. Péssimo exemplo dado por alguém dito profissional de comunicação. 
A ignorância atravanca o progresso, dizia um sábio.
Nilson Pessoa