A primeira dúvida dos alunos de enologia é quase sempre a mesma: o garrafão de “Sangue de Boi” é vinho? E a resposta surpreendente é sim, mas é feito de uvas não viníferas (comuns) que não são provenientes de vinícolas.

A uva que nós comemos é diferente da uva que produz vinho:

Vinho de mesa – feito de uvas não viníferas

Vinho fino – feito de uvas viníferas (nobres)

Os vinhos comuns são produzidos basicamente da mesma forma que qualquer outro vinho, onde as uvas são esmagadas, o mosto (suco mais as cascas) é fermentado, o líquido filtrado e o resultado é vinho! Mas acabam aí as semelhanças…

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O Sangue de Boi, assim como outros produzidos no Brasil, é um vinho muito simples e oriundo de uvas consideradas não viníferas. Normalmente são utilizadas uvas típicas para consumo “in natura (Izabel, Concord e Seibel). Desta forma, o produto final tem pouquíssimo da riqueza e da complexidade que as uvas nobres (Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonay, Sauvignon Blanc, etc.), próprias para vinho fino, têm.

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Muitas pessoas deixaram de gostar de vinho por causa dos vinhos simples, pois por serem acessíveis e “docinhos”, bebeu-se muito e aliado a falta de qualidade, o resultado foi desastroso: lembranças somadas a muita dor de cabeça e ressaca!

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Para você que quer se transformar num apreciador de vinhos finos, a dica é começar devagar e por um vinho fino branco suave (o Chardonay é imbatível) ou um tinto suave (Merlot é ideal).

Procure começar com os brancos, ir gradualmente passando para vinhos tintos leves e depois os mais encorpados², onde o tanino² (adstringência) é mais notado.

¹ Corpo – é um termo usado em degustação de vinhos, para caracterizar o “peso” aparente do vinho no palato (céu da boca), onde se percebe sua densidade e viscosidade, comparando o quão diferente da água é a sensação que o vinho causa na boca.

² Tanino (ácido tânico) – amargor encontrado nos elementos vegetais, tais como a casca das uvas tintas e nas sementes (tanino verde), causando coagulação da saliva e sensação de “travamento” na gengiva e palato. É aquela sensação nada agradável de quando mordemos um caju, caqui ou banana verdes! Nos grandes vinhos tintos, quando recém produzidos, esta percepção é muito forte, obrigando-os a um longo período de envelhecimento para degustação, pois os taninos terão se transformados parcialmente.

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Na próxima matéria explicarei os tipos de vinho quanto à cor (tinto, branco, rosé), teor de doçura (seco, meio seco, doce, etc.), tipos rolha, tipos de garrafas, tamanhos e muito mais!

Até lá! Au revoir!

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Fontes: Módulo de Enologia da Universidade Anhembi Morumbi e

Pinto, Daniel. Manual didático do vinho: iniciação à enologia. 2. Ed. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2009.

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Aline Fidelman

34 anos, Ilhéus-Ba.

Gastrônoma diplomada pela Universidade Anhembi Morumbi – São Paulo

Especializada em docência pela Leiths School of Food & Wine – Londres

Perfil Profissional: 3 anos de experiência de em Buffet e Catering e 6 meses como assistente de chef de cozinha, área de Garde Manger, na empresa KUDOS Hospitality, Londres.

Contato: fidelman.a@gmail.com