Atenção, a mais nova pesquisa mostra… Nada, não pegue por indução. Não se trata em absoluto da de intenção de votos para o segundo turno das eleições municipais, mesmo porque as pisadas na bola de algumas empresas em várias localidades baianas me deixaram desconfiado.

Esta é do IBGE e aponta que a coleta de esgoto no Brasil de 2009 a 2011 aumentou só 3% significando que ainda cerca de 40% dos domicílios brasileiros não estão conectados à rede coletora e destes 40% somente 38% recebe algum tipo de tratamento. O que assusta, transcrevendo mais um dado, é que essa falta de condições higiênicas corresponde a “15 bilhões de litros de esgoto despejados a cada dia na natureza”.

Aparentemente os resultados, do saneamento e do eleitoral, não têm nada a ver um com o outro, entretanto, a realidade, deixando de lado as escorregadas empresariais eleitorais, indica uma intrínseca correlação entre eles, o que quer dizer que o “saneamento básico” made in Brasil é reflexo direto do que se produz nas urnas.

A questão, diante do quadro meio insuportável, de algum tempo para cá vem sim sendo tratada com preocupação generalizada no meio político, porém os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística revelam que na prática não houve uma melhora expressiva, situação esta que me ligou ao Pontal daqui da Capitania dos Ilhéus. Sabe por quê? Porque dotado de aeroporto, serviço hoteleiro, restaurantes, praias, ativo comércio, paisagem de encher os olhos, e de vocação para o turismo, o bairro-cidade, como assim deve ser dito, pode ser considerado um exemplo de como o político brasileiro encara o esgotamento sanitário no território nacional.

Enquanto dedilho o teclado do computador, à tona me vieram também os futuros administradores (ai generalizado para os membros do Legislativo) ilheenses, que na certa comandarão o município dispostos a fazerem o possível e o impossível para o seu engrandecimento, e os colegas ceplaqueanos Zé Carlos Junior e Zé Rezende Mendonça, admiráveis ferrenhos defensores do bairro-cidade. Ah, com as lembranças a intenção de incentivá-los na persistência junto aos neófitos representantes municipais, a cobrança que eles reivindiquem ao Governo do Estado ou a outro poder superior, a realização desta infra-estrutura, a qual os moradores do bairro e a população em geral, tanto necessitam.

Se bem que por motivos óbvios, se tenha que o nosso governante só procure –quando acontece!– realizar obras vistosas, substituir fossa séptica (num terreno arenoso e de lençol freático superficial) e/ou a ligação clandestina à rede pluvial (que sem alternativa são os artifícios encontrados em muitas residências) por um sistema de esgotamento sanitário adequado, seria –por que não? – dar à Cidade da Gabriela mais o título de ser a pioneira pela transformação da simples preocupação em consciência política sobre o tema, mas mais do que isso seria uma forte contribuição à população ilheense através da chamada saúde preventiva.

Heckel Januário