Raul Spinassé | Ag. A TARDE

  • Maria Bethânia participa de procissão que leva corpo da mãe à Igreja de Nossa Senhora da Purificação

Uma missa de corpo presente, realizada na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação, no centro de Santo Amaro (cidade a 71 km de Salvador), foi a última homenagem prestada por parentes e amigos a Dona Canô. Iniciada às 8h50 desta quarta-feira, 26, a cerimônia contou com filhos (todos vestidos de branco), netos e bisnetos da matriarca. No início da missa, 17 integrantes do afoxé Filhos de Gandhy executaram o toque de alvorada.

A matriarca da família Velloso, que morreu na manhã de terça-feira, 25, havia expressado em vida a vontade pela cerimônia religiosa antes do seu sepultamento. Após a missa, o corpo de Dona Canô seguiu para o Cemitério da Purificação, também Santo Amaro, onde será sepultado nesta manhã.

Mobilização – Durante todo o dia desta terça e na madrugada desta quarta, o corpo de dona Canô foi velado na casa número 179, na Rua Viana Bandeira, em uma cerimônia reservada à família e amigos mais íntimos. Todos os sete filhos da matriarca – Clara, Roberto, Caetano, Rodrigo, Bethânia, Mabel e Irene -, além dos netos, passaram o dia sendo confortados pelos visitantes.

“O sonho dela era ser enterrada aqui. E isso só foi possível graças ao quadro de melhora que ela teve no hospital”, contou uma das filhas adotivas, Irene Velloso. Muito emocionada, Mabel Velloso aproveitou para agradecer pelas orações direcionadas à família, enquanto a mãe esteve enferma. “O povo teve uma bondade e solidariedade conosco sem tamanho, nesses dias todos em que ela esteve lutando”, afirmou Mabel. Os filhos mais famosos de dona Canô, os cantores Caetano e Maria Bethânia não falaram com a imprensa.

Políticos – O governador Jaques Wagner, a primeira-dama Fátima Mendonça, o secretário da Casa Civil, Rui Costa, e o prefeito de Santo Amaro, Ricardo Machado, estiveram presentes. “Não por ser mãe de Caetano e Bethânia, ela se tornou uma unanimidade baiana pelo carisma e personalidade própria”, afirmou Wagner. O governador, que decretou luto oficial de três dias, chegou à cidade por volta das 15h30 e passou cerca de 40 minutos com a família.

“Era uma pessoa muito simples, que não tinha distinção com ninguém e, com certeza, deixará saudades”, emocionou-se a idosa. O professor Jorge Portugal, filho da terra, teve o filho Caetano batizado por dona Canô, quando ela tinha 80 anos. “Na sexta, quando a visitei no hospital, ela disse: sua comadre está indo para o céu”, lembrou o docente, no último diálogo com dona Canô.

Da Redação

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