Pelo menos é assim que se ver nessa reta final das eleições de 2010. Pelo lado do PT, Lula já fala como candidato certo do próximo pleito. Pelo lado do PSDB Aécio Neves já começou a sua campanha presidencial para 2014, bem antes de se conhecer os resultados das eleições presidenciais desse ano. Essa semana o senador eleito por Minas Gerais fez uma verdadeira peregrinação por diversos Estados brasileiros, dizendo apoiar o candidato do seu partido, José Serra, quando na verdade, diante das evidencias de derrota do PSDB no próximo domingo, ele faz mesmo é campanha própria visando estender as suas influências políticas além das montanhas e vales de Minas. Lula provavelmente usará como argumento da próxima campanha eleitoral a sua ladainha da continuidade. Ele vai dizer e redizer que o Brasil precisa dele para poder concluir o muito que ele tanto prometeu e só fez pela metade da metade. A grande dúvida do próximo 01 de janeiro será saber como Luis de Lindú sobreviverá sem as vaidades de ser presidente do Brasil.

Aécio Neves, sem José Serra e Geraldo Alckmin pelo caminho, deve ser o candidato mais forte do PSDB. Marina Silva, por sua vez, já faz há muito tempo suas campanhas focadas em 2014. O PMDB, de Michel Temer, se não romper com o governo de Dilma, terá provavelmente o vice na chapa de Lula. Ou seja, a farofa de amanhã será a mesma de hoje.

Já o eleitor brasileiro, ao votar nesse último domingo de outubro de 2010 deve se preocupar sim com os próximos 1.520 dias. Pois, a partir da próxima segunda-feira o nosso país terá de conviver como o ocaso momentâneo do então semi-deus tupiniquim, o senhor Luis Inácio Lula da Silva. A grande dúvida será saber se o Brasil sobreviverá sem ele ou se ele realmente fará falta ao país.

Como Lula queimou seu filme no cenário mundial ao apoiar o governante iraniano Mahmud Ahmadinejad, provavelmente ele não ocupará nos próximos anos nenhum cargo de destaque na ONU ou no Banco Mundial. Por conta disso, raramente o seu modelo de promoção de incapazes, aqui chamado de Bolsa Família, não será levado para os países pobres da mãe África. Por conta disso, restará Lula o enfadado labor de fazer palestras e atuar como consultor político. Essa nova atividade, por sinal, ele está aprendendo com o seu parceiro de todas as horas e ocasiões, o doutor advogado José Dirceu, futuro tecelã político do governo de Dilma Rousseff.

Se Dilma sobreviver as invejas de poder do PMDB, fará um governo ao seu modo: sisudo e pragmático. Fará na verdade uma estufa política para manter hibernando a vontade governamental de Lula. Indiferente do seu sucesso ou do seu fracasso, ela contribuirá para a possível volta de Lula em 2014.

A única coisa que falta acertar nesse cenário é saber como o destino entrará nessas histórias.

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