A atriz Luiza Vianna enfatiza a autodescoberta das leituras e cursos eróticos (Foto: Marco Aurélio Martins / AG. A TARDE).

Homens, vamos aprender algumas regrinhas básicas sobre a mulher, ok? Primeiro, para elas o orgasmo nem sempre é o objetivo central do sexo, por isso foco no processo e não no resultado. Segundo, é completamente comum mulheres precisarem de estímulos físicos para terem desejo sexual. E por fim, não esqueça: homens e mulheres são bem diferentes. Se tudo isso lhe pareceu meio óbvio, parabéns, você está no caminho certo.

Se não, tudo bem: ainda há tempo. Saiba que essas são verdades ecentes até mesmo para a Ciência. Foi preciso que uma mulher resolvesse pesquisar sobre o assunto para que a comunidade médica descobrisse que o caminho do prazer sexual para homens e mulheres é diferente. Uma revolução que só aconteceu há pouco mais de dez anos com a publicação de artigos pela psiquiatra canadense Rosemary Basson.

Agora, atenção, se por um lado cientistas ainda engatinham nas descobertas sobre o prazer feminino, as interessadas no assunto não estão nem um pouco dispostas a esperar: na Bahia, é cada vez maior a procura feminina por cursos, palestras e workshops com temática erótica. “De quatro meses para cá, a população em Salvador começou a aderir a esse serviços. Temos alunas fiéis que estão presentes em todos os eventos e quando acaba um já buscam se inscrever em outros”, comentou a diretora comercial Guiomar Santos da empresa M & Fersan, especializada no ramo.

Na lista de serviços oferecidos estão aulas de strip-tease, danças sensuais, massagem erótica, pompoarismo e técnicas de sedução. No público, o perfil é de mulheres casadas e solteiras, com idades entre 20 e 60 anos.

Depoimento – “Se a mulherada tivesse conhecimento do próprio poder o mundo seria diferente”. O depoimento é da atriz e escritora Luiza Vianna, 57 anos, que já participou de aulas de strip tease, pompoarismo e lap dance (performance em que a mulher interage com o parceiro sentado em uma cadeira). Entusiasta do assunto, Luiza indica o auto-conhecimento e a leitura para quem também quer investir na sensualidade.

“Tive uma educação bastante rígida, mas ainda assim podia me esconder em qualquer cantinho para ler sobre o assunto. Hoje, com o pompoarismo por exemplo, aprendi a ter independência sexual. A mulher com ou sem parceiro pode preparar seu corpo para o amor”.

A técnica que ensina a mulher a contrair voluntariamente os músculos da pélvis por meio de exercícios físicos – o pompoarismo – está entre os queridinhos das soteropolitanas. “Em média são 50 pessoas a cada curso oferecido geralmente de três em três meses. Já tivemos mulheres de 15 a 80 anos”, contabiliza a ginecologista Rita Oliveira, que ministra as aulas de pompoar pela Hífen Maison há cinco anos.

Durante o curso, há exposição de vídeos e orientações, mas a prática mesmo fica por conta das mulheres em casa. Com exercícios diários de quinze minutos, que podem ser feitos até enquanto se dirige ou assiste tv, os primeiros resultados aparecem com um mês de prática, segundo informações da ginecologista. Algum dos movimentos são feitos com ajuda de objetos como bolinhas e pesinhos que são introduzidos na vagina para facilitar o controle das contrações.

Para saber mais, conhecer acessórios e manuais, além de dicas de exercícios sobre pompoarismo, acesse: www.pompoarte.com.br.