“Vinte e Um Poemas de Amor”, com ilustrações da artista plástica baiana Edsoleda Santos, que a Portal Editora, de São Paulo, acaba de publicar e que será lançado no próximo dia 25, na Academia de Letras da Bahia, é um conjunto de poemas líricos que o poeta Cyro de Mattos escreveu por volta de 1970 e dedicou à mulher Mariza para celebrar uma união carnal e de alma que já perdura quase cinqüenta anos. O livro é constituído de dez poemas eróticos e dez afetivos, além de uma sextina, que é um poema de forma fixa, muito utilizado na Idade Média, e que funciona no livro como epílogo para dar ao conjunto desses poemas líricos uma cosmovisão existencial do amor entre o homem e a mulher, sob o prisma do erótico e do sentimental.

A ensaísta Nelly Novaes Coelho, Professora Titular da USP, Doutora em Literatura Brasileira, disse sobre esse livro do poeta baiano (de Itabuna) o seguinte: “Encontro a densidade amorosa/erótica nesses fantásticos Vinte e Um Poemas de Amor! Li-os e reli-os…fizeram-me voltar no tempo… Essa é a magia da palavra criada pelo Poeta Maior: eternizar no Verbo aquilo que é “lampejo” existencial, paixão indizível, que só a Poesia pode reviver e perdurar no tempo.”

Já o poeta, contista, romancista, crítico literário e membro da Academia Brasileira de Letras, Ledo Ivo, que assina parte da “orelha do livro”, opinou dessa maneira: “No silêncio e quase segredo de sua Itabuna bem-amada, o poeta Cyro de Mattos – um baiano que não emigrou, e ficou desde sempre grudado ao ar, ao mar, aos azuis e verdes do céu e da terra, às águas do seu rio, às gentes e bichos e casas do horizonte natal – sustenta uma das vozes mais nítidas e singulares de sua geração. A respiração do amor – tão presente nestes “Vinte e Um Poemas de Amor” – rege os seus versos ora como uma confidência ora como uma palavra alta. Essa modulação constitui o atrativo fundamental de sua poesia. Escuto a voz poética de Cyro de Mattos desde o instante inicial de sua elevação. Paro sempre para escutá-la.”.

E o escritor e crítico Oscar D’Ambrosio, doutorando em Educação, Arte e História da Cultura na Universidade Mackenzie, mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp, membro da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA-Seção Brasil), destacou de “Vinte e Um Poemas de Amor” esses aspectos:

“Ter coragem de falar de amor numa época em que o assunto parece um pouco fora de moda já justifica a publicação deste livro. Cada vez mais os relacionamentos surgem como passageiros e se corre o risco de perder aquilo que existe de mais ardoroso e lírico nos sentimentos: o desejo de construir um futuro em comum. Não se trata, é claro, de negar a sexualidade. Ela se faz presente ao longo dos 21 poemas do livro e nas imagens da artista baiana Edsoleda Santos. Existem ondas do fluir da vida e dos corpos, assim como gemidos e vontades expressos por toda parte no diálogo que os corpos travam entre eles e com o mundo. A respiração ofegante que conduz a leitura se cristaliza de maneira muito especial em duas expressões que surgem na poesia de Cyro de Mattos: “amor além do mar” e “na pele do tempo”. São dois paradigmas de um pensar romântico da existência marcado pela capacidade de oferecer visões renovadas da vida…”


Advogado aposentado, Cyro de Mattos é casado com a professora Mariza Berbert Marques de Mattos, pai de André Luis, Josefina e Adriano, avô de Rafael, Pedro Henrique, Luís Fernando, Marizinha, Gabriel e Murilo.