A realidade de ontem, de hoje e de amanhã

A realidade de ontem foi uma, a realidade de hoje é outra e a realidade de amanhã será bem diferente.
Quando estou deitado em minha rede ouvindo os sabiás, os bem-te-vis e outros pássaros cantando, os micos pulando de galho em galho, a brisa balançando as palhas dos coqueiros, volto aos meus tempos de criança, aos bons tempos do passado.
Quando eu tinha uns cinco anos, mais ou menos, tia Esther foi lá em casa conversar com minha mãe, alguma coisa sobre a Associação Santa Isabel, tio Pacheco esperando a conversa acabar me colocou no colo e ficou me incentivando a dizer um nome feio, ele conhecia muito bem a peça!
Diga um nome feio aí, vá, eu todo desconfiado, quieto, e ele incentivando, vá diga um nome feio, e eu disse, cocô, ele disse que cocô não era nome feio, tia Esther preocupada falava, Pacheco!, para Ele para, e ele continuava a me incentivar, vá, diga um nome feio, e eu de novo, mandei, merda, ele de novo me disse que merda todo mundo dizia, que não servia, ele queria um nome feio, tia Esther novamente, Pacheco! e ele botando pilha, vá, um nome feio, um palavrão, aí mandei bronca, filho da pu…, ele se acabou de rir, e tia Esther, Pacheco!!! para com isso.
Quando estou nestas belas recordações de ontem, vem a realidade de hoje, passa um carro dos duristas, com o som naquelas alturas, e me fez voltar ao presente, à realidade de hoje, bem diferente da realidade daquele tempo, aí me preocupo, como será a realidade de amanhã?