Autor: Seu Pimenta

Até agora não se conhece o inteiro teor do ato do prefeito Capitão Azevedo em que decreta situação de emergência em Itabuna por causa da dengue. Ele ainda não foi publicado, embora outros de numeração superior já estejam no Diário Oficial eletrônico. Inicialmente, a assessoria do prefeito diz que a situação de emergência decorre apenas do índice de infestação predial em 8,8%.

Este percentual não foi obtido e conhecido agora, mas em novembro, durante o Levantamento Rápido de Infestação de Aedes aegypti (Liraa). Se o motivo era esse, o governo tardou a tomar alguma atitude. A verdadeira razão do decreto: o aumento abrupto dos casos de dengue.

Itabuna registrou 571 casos de dengue entre o final de outubro e a penúltima semana de dezembro, segundo a Vigilância Epidemiológica municipal. Pior, seis deles foram de dengue hemorrágica – e apenas no bairro Santo Antônio. É situação de surto epidêmico – e alertas não faltaram.

É algo esperado numa prefeitura em que a coordenação de Vigilância à Saúde foi entregue a quem não é da área (era conhecido como fogueteiro) e os homens escolhidos para a área de combate a endemias (dengue entre elas) estão nos seus respectivos cargos por terem prestado favores políticos ao prefeito.

 

Uma perfeita investigação vai apontar as irresponsabilidades cometidas pelo município nas ações de combate à dengue. Há quem feche os olhos para o caso. E também há um secretário que desconhece do tema e vem sendo mantido no cargo por contar com o apadrinhamento político de um deputado tucano.

Resumo da ópera: jogaram uma cortina de fumaça para tentar esconder a verdadeira causa do decreto.

(Junte-se à situação alarmante a falta de larvicida para o combate ao mosquito da dengue. O Ministério da Saúde está recomendando que o produto seja aplicado somente em locais onde são detectados focos do mosquito.)