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Rio do Engenho -Uma tragédia socioeconômica e ambiental

Luciano Sanjuan

Se procurarmos em todos os guias de turismo, livros de história e até no imaginário da população ilheense o povoado do Rio do Engenho situado a margem direita do Rio Santana, com certeza estará notificado como um belo lugar, com paisagens bucólicas, natureza preservada, banhos de rio, cachoeiras, boa culinária, gente hospitaleira e muita história.
A igrejinha do século XVI e os resquícios do Engenho de Santana são complementos importantes que deveriam estimular o visitante a conhecer melhor esse recanto pitoresco da Costa do Cacau, no entanto para o morador, o que se descortina é uma verdadeira tragédia socioeconômica e ambiental. O lugar vem se depauperando seguidamente com ações governamentais desastrosas que desencadearam um verdadeiro empobrecimento da população do lugarejo.
O lugar que é cartão postal dos mais apreciados teve um forte abalo socioeconômico-ambiental com a construção em 1998 da represa do Rio Santana, que abastece com água potável os belos bairros ao sul de Ilhéus – Pontal, Jardim Atlântico, Urbis e tantos outros, no entanto a população do Rio do Engenho que esta a cerca de 100 metros da represa, não recebe nem uma gota de água tratada, se abastecendo do precioso líquido de uma represa poluída que se situaironicamente próxima a “grande barragem” é como se o colonialismo da época dos portugueses continua-se vigorando e se perpetuando – tiram o ouro e pagam com chibatadas.

Mas a construção da imponente barragem não só afetou a paisagem histórica, como também provocou umagrande catástrofe ambiental e uma forte decadência econômica do lugar. Porque além de não beneficiar o povoado com água tratada, a implantaçãoda Barragem não realizoua construção do canal da piracema quepermite aos peixes migradores chegar às áreas de reprodução e berçários acima dasbarragens no período da piracema (migração reprodutiva), e seu retorno no período de alimentação. Essa ligação é fundamental para a conservação da biodiversidade.


Canal da piracema no Rio Paraná (barragem de Itaipú) por onde os peixes e mariscos sobem o Rio.

No Rio Santana a construção da barragem ocasionou o desaparecimento de diversos pescados que davam sustentabilidade ao turismo gastronômico no Rio do Engenho, com destaque para o famoso Robalo, que era servido nos restaurantes do lugar e que atraiam personalidades e apreciadores da boa gastronomia e que juntamente com o pitu dava animo aos motoristas de enfrentar os 26 km de estrada de chão que separam o Rio do Engenho do centro de Ilhéus para apreciarem as deliciosas iguarias.
Com o fim do Robalo e a proibição da pesca dopitu em todo o estado (porque ainda não foi feita uma pesquisa de quando acontece o defeso -época de reprodução), além da falência dos restaurantes, os pescadores passaram a ser marginalizados e a ter que pescar de forma ilegal, segundo eles para “não ter que mudar para a cidade e se transformar em favelado”.


Barragem do Rio Santana uma muralha intransponível para peixes e mariscos.

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