A Secretaria do Planejamento da Bahia (Seplan) esclarece que a matéria do site Bahia Econômica, intitulada “Ponte Salvador-Itaparica: só os estudos podem custar R$ 80 milhões”, e publicada nesta terça-feira (27), comete alguns equívocos:

1)    (…) além dos R$ 40 milhões da  McKinsey estima-se que o poder público deve gastar montante semelhante com a elaboração de planos diretores para 21 cidades, o zoneamento dos municípios atingidos, e estudos sobre a ocupação imobiliária e a mobilização de 40 mil novos moradores previstos, além dos estudos indispensáveis em relação ao impacto urbano em Salvador.

A Seplan contesta a informação de que contratará empresas para revisar os planos diretores de 21 municípios. Também desconhecemos a fonte dos valores indicados para tal intervenção. Os estudos preliminares realizados até o momento indicam a necessidade de revisar apenas os planos diretores das cidades de Itaparica e Vera Cruz. Destacamos ainda que a capital baiana receberá uma das cabeceiras da ponte, mas os estudos atuais não apontam a necessidade de revisar completamente o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), visto que a intervenção será localizada no Centro Antigo de Salvador. De modo complementar, serão elaboradas diretrizes urbanísticas para a área de influência do projeto da ponte Salvador-Itaparica, que servirão de subsídio para as prefeituras futuramente revisarem seus planos diretores.


Como se trata de um projeto que gera muita especulação, o site Bahia Econômica equivoca-se ao apontar 40 mil novos moradores. Na verdade, estudos preliminares apontam um crescimento entre 220 e 300 mil pessoas na Ilha dentro de um período de 30 anos (a partir da data de inauguração da ponte). Somando com a atual população de cerca de 60 mil pessoas, teríamos aproximadamente 280 a 360 mil pessoas morando na Ilha em aproximadamente 2048. Traduzindo para números de residências na Ilha, espera-se que sejam desenvolvidas cerca de 60 mil novas unidades habitacionais nesse período. Esses números, no entanto, são estimativas preliminares e ainda deverão ser revisados.

2)    A cidade [Salvador], cujo centro antigo será fortemente atingindo, inclusive no relacionado à  mobilidade urbana, precisará de um novo plano urbano para fazer frente ao impacto de um equipamento que vai aumentar o movimento na região em mais de 30 mil carros.

Haverá estudos específicos sobre os impactos relacionados a mobilidade urbana em Salvador, mas de acordo com os estudos preliminares, a estimativa de fluxo, nos dois sentidos, é de 10 mil veículos por dia. No 30º ano, a projeção aponta 140 mil veículos por dia, similar ao fluxo da ponte Rio-Niterói.

3)    A Seplan não divulgou o escopo do trabalho que será realizado pelo consultoria internacional, mas as informações são de que eles serão focados apenas na ponte e não avaliarão o impacto no entorno das cidades envolvidas.

Diferente do divulgado pelo site, a Secretaria do Planejamento do Estado, em diversas oportunidades, noticiou o escopo de trabalho da Mckinsey. São elas: Gestão de partes interessadas e comunicação social; Elaboração de um plano de desenvolvimento socioeconômico e imobiliário da região; Elaboração de um plano de desenvolvimento urbanístico; Infraestrutura; Impactos do projeto; Elaboração do modelo econômico-financeiro;  Modelagem institucional; Coordenação dos diversos estudos a serem licitados pelo Governo do Estado (EIA-Rima, Engenharia, Sondagem, Masterplan Urbanístico, etc)

De modo mais detalhado, pontuamos que a modelagem econômico-financeira prevê a estimativa de custos e receitas, bem como as formas de financiamento e prazos. No que se refere a criação de um plano de desenvolvimento regional, a consultoria irá identificar o potencial da área, formas de atração de empresas âncoras, além de propor uma estratégia para a capacitação dos moradores. 

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Pablo Barbosa
Assessoria de Comunicação
Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia