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CEPLAC – ENTRE A VIDA E A MORTE

E eles onde estão?

ceplac rezende

Num dia chuvoso e melancólico de 11 de julho, próximo passado, me deparava de volta aos portões tão marcantes para mim, pois em 1984 a Ceplac, conhecida pela eficiência e hierarquia, parava pela primeira vez surpreendendo muita gente, principalmente de dentro para fora. Era o movimento sindical instalado, com as bênçãos do Partido dos Trabalhadores.

Só para relembrar, por volta das três da madrugada um grupo de servidores do movimento saem de Ilhéus e Itabuna e se encontra no local previamente combinado. Ao chegar aos portões de entrada da sede da Ceplac, combinam a invasão e o fechamento do órgão.
As primeiras providências tomadas foram às afixações das faixas e fechar as passagens, é como se diz ninguém entra e ninguém sai.
Esta greve durou alguns dias, e de concreto nada que surpreendesse ninguém. Mas, começava ali o primeiro passo, para que um determinado grupo tivesse destaque, e num futuro não muito distante também chegasse ao poder.
Antes mesmo desta primeira greve, os servidores se reuniram no ginásio de esportes da Ceplac para a realização da primeira assembleia. Foram mais de mil ceplaqueanos presentes. Parecia que realmente a democracia era uma coisa real, e os ceplaqueanos fundam o Conselho das Entidades Representativas dos Funcionários da Ceplac, formada pela Associação dos Funcionários da Ceplac (AFC), Sociedade dos Engenheiros Agrônomos do Cacau (SEAC) e Sociedade dos Técnicos Agrícolas do Cacau (STAC).

Quem não se lembra do discurso do Coordenador Regional, o Dr. Ubaldino Dantas, que deixou apreensivos os ocupantes de cargos de confiança! E só mais tarde tomamos conhecimento da pressão sofrida por ele, pelo Secretário Geral, o Dr. Josuelito Brito, que não queria a realização da assembleia no ginásio, e além do mais no horário do expediente. Como Dr. Ubaldino não cedera isto lhe custou à exoneração do cargo de coordenador e do quadro técnico da Ceplac, tudo pelo telefone da Secretaria Geral em Brasília. Mesmo assim, ele foi à assembleia, dá o seu apoio, num discurso muito emocionado.

O tempo passa, e aquela coragem, do Dr. Ubaldino Dantas, é lembrada talvez pela minoria dos servidores.

Hoje com 18 anos de aposentado e quase 30 anos depois, me deparo de novo naqueles portões, só que desta vez de forma ordeira, e com decisões claras e por tudo que vem ocorrendo neste país, e a CEPLAC não poderia ficar de fora, pois é parte também deste contexto.

Estávamos ali para refletir o desmonte da CEPLAC começado mesmo que de forma lenta, pelo então Ministro da Agricultura e presidente da Ceplac, o senhor Delfim Neto.

Num segundo momento, tira-se a sua autonomia financeira, e o mais grave de tudo, com as bênçãos da maioria dos cacauicultores, os verdadeiros donos desta instituição, pois a eles cabiam devolver a Ceplac a retenção de 10% de todo cacau exportado, para que esta revertesse em benefícios a todos eles, e por tabela a toda região cacaueira. Isto ocorreu por décadas, que dispensam comentários, pois são do conhecimento de todos.

Esta maioria abandonou a sua filha tão rica a própria sorte e abriram mãos de todos os investimentos que fizeram, sem ao menos pedirem nada em troca, a não ser o refrão de sempre, que conheço desde os anos 60, ou seja, recomposições ou renegociações de dívidas. E até hoje, a região que era rica foi-se empobrecendo, e para selar de vez sua morte, surge à doença Vassoura de Bruxa, em 1989, de forma até hoje, não desvendada oficialmente, como quase tudo que ocorre neste país.

De lá para cá, entre acusações de ambos os lados, esta pobre região rica, ainda vive sem “pai e sem mãe”, pois os pais adotivos que apareceram não tiveram a confiança devida, por não fazerem por merecer, ou terem que seguir a risca as suas nomeações. É por isso, que a Ceplac está aí desamparada e entregue a mercê de oportunistas, a cada mudança no Ministério da Agricultura.

E para nós a intenção é clara, matá-la por inanição. Já entregaram as Escolas Agrícolas (EMARC), a pesquisa não mais está diretamente ligada à extensão. O atual Diretor Geral, já faz reuniões específicas em cada departamento, como se uma não dependesse da outra, e causando mal estar entre os servidores. Fica algo suspeito no ar. E seus servidores já envelhecidos, não são aos poucos substituídos por uma nova juventude, para que entre trocas de experiências prosseguissem com suas pesquisas, para levá-las ao campo pelos extensionistas. Pois, se houvesse mesmo interesse do governo de preservá-la, já teria realizado concurso público para tal. Ora, se isto não acontece, irá chegar um ponto que para-se tudo literalmente, “fecha-se a cancela e tira-se a chave”.

Voltando ainda no tempo, quem não se lembra da vinda do então candidato a presidência da república o senhor LULA, nesta região para que naqueles mesmos portões, prometesse a institucionalização da Ceplac. Seria, segundo ele, o primeiro ato de seu governo por esta região, e mais uma vez sob os auspícios de alguns dos nossos colegas, que hoje nos abandonaram, a própria sorte, para decepção de quase todos nós.

Passaram-se oito anos do governo de Lula, e só enganação e sempre apadrinhado por aqueles que colocamos no poder, na esperança de ver esta Ceplac e região mais fortalecida, e deu no que deu.

Entra a Presidente Dilma, e mais promessas…

Seria culpa dos servidores? Em parte lógico que não, pois uma minoria luta, e faz ver que alguma coisa tem que ser feita e estes estavam lá, no dia 11 de julho. É claro, que existem exceções por doenças ou motivos de forças bem maiores.
E os que estavam lá, falaram que não lhes dão mais suporte e material para tanto, ou seja, verbas específicas bem dirigidas para projetos de pesquisas e extensão.

Como não aplaudir os discursos sérios, bem embasados e de amor a esta instituição, principalmente os de Dr. Raúl do Vale, Antonio Menezes e José Bezerra.

Neste dia 11, histórico pelo menos para mim, pude perceber o descaso dos diretores da Associação dos Aposentados da Ceplac – AACEP, que foi a única das entidades não se fazer presente, e nem tão pouco enviou um representante. Esqueceram estes diretores, que somos e sempre seremos parte integrante desta valorosa Ceplac.

Finalizando, quero dizer aos colegas, que não se fizeram presentes, talvez por acharem que não tem mais jeito, lembrem-se nesta Instituição, que sempre honrou seus compromissos, nunca se quer atrasando um único mês de salário, como também foi o Governo Federal nesta região, executando aquilo que seria da orçada da união. Foi à idealizadora de uma infinidade ações, como a construção da UESC, Porto Internacional do Cacau, e por aí vai. E se hoje não está com o mesmo afinco, a culpa não só engloba parte de seus servidores como também a região cacaueira, que deixou de ser beneficiada, ficando com uma cuia nas mãos a mendigar, até quando só Deus sabe. Lembrem-se de nossos filhos, netos, etc., pois o futuro deles dependem muito do que vamos deixá-los. Senão, deixaremos um país amarrotado de vícios, sem educação e que não saberão definir ou transferir, o que seja amor próprio, onde atualmente somos jogados todos numa lata de lixo.

Colegas, pensem, reflitam a hora é esta, ou então apaguem as luzes e vivamos na escuridão esperando algum milagre acontecer.

José Rezende Mendonça
Técnico Agrícola – aposentado/Ceplac.

4 respostas para “CEPLAC – ENTRE A VIDA E A MORTE”

  • Wagner Gentil says:

    “ELES” se apoderaram do poder e foram-se!

    Naquela noite, chuvosa e fria, tres da madrugada, no frio da noite, calada escura da manhã, onde a lua se escondia por cima das nuvens, paria-se dentro da CEPLAC a próxima futura morte e bancarrota do sul Baiano. Tres milhões de destinos começaram, de forma errada e daninha, a ser destruido. Alí naquele movimento alguns figurantes, escondidos sob a capa da ética, da moralidade, dos bons costumes, travestidos de cordeiros eram verdadeiros lobos criminosos e esurpadores dos bens, dos sonhos, das boas intenções da grande maioria que se espremia nos portões da CEPLAC exigindo por “direitos” que “imaginavam” lhes estarem sendo negados. Negados lhes são hoje!

    Naquela madrugada alguns vampiros escondidos meio a turba barulhenta e invasora tramavam dentro do partido o “FIM DE TUDO” e conforme foi amplamente anunciado e denunciado, até agora, nada foi feito para que estes conhecidos e denunciados criminosos sejam punidos.

    A morte da CEPLAC acontecerá, sim, sem um só pio de lamentação da população que ela em tempos aureos e sadios ajudou; a população, de modo geral, se cansou de socorrer e pedir pela sobrevivencia dos que sugaram os recursos da nação e os dela sem nada devolverem; alias, devolveram sim!

    MATARAM O SUL BAIANO E FERIRAM A BAHIA E O BRASIL.

    Deixamos de ser o maior exportador de cacau do mundo para ser importador até de cacau bichado e cheio de pragas…

    Os inimigos da CEPLAC e da BAHIA estão no poder!

    O povo que foi, depois daquela invasão, jogado no lixo com a criminosa infecção da lavoura cacaueira, tanto os coronéis quanto seus trabalhadores, estão sem voz e andando a pé saltam valas de esgotos na periferia da cidade; eles, até por ódio, nada farão ou dirão para salvar os canalhas que os marginalizaram e os jogaram na miséria.

    Para mim e para muitos daqueles que foram espoliados pelos que hoje estão milionários, depois de falirem a CEPLAC e de se apoderarem do poder, já vai tarde!

    Esta instituição só prejuizos induziram aos cacauicultores (milhares estão endividados até o pescoço). Já vai tarde!

    Punam-se os criminosos da Vassoura e verão que a CEPLAC virará uma FENIX.

    Wagner Gentil

  • Edgard says:

    Mortos vivos em tarimbas, é assim que podemos definir aqueles que foram ultrajados por um crime bacteriológico impune, mesmo o seu principal executor vindo a publico confessar. Aliás, as consequências deste ato terroristas colocou na tarimba não só os cacauicultores, mas a toda região.
    No momento que assistimos as manifestações, principalmente, contra os políticos corruptos, preocupa-nos a falta de um direcionamento para um segmento que reputo como o grande responsável por este estado de coisas negativas, estamos se referindo ao Poder Judiciário inerte, omisso e porque não dizer cúmplice. Qual o motivo do ato terrorista da VASSOURA DE BRUXA ter prescrevido?
    Não adianta clamar por mudanças nas LEIS se elas não forem cumpridas. E no caso em voga não foi.
    Se não mudar a certeza da impunidade, outras CEPLACs sucumbiram criminosamente.
    Um texto oportuno e esclarecedor num momento em que a crise econômica da nossa Cidade dá mostra de que tempos MAIS bicudos virão.

    Parabéns.

  • Meu amigo/irmão/ceplaqueano Rezende,

    Um texto dessa qualidade só podia partir de um bravo ceplaqueano, que resiste até os dias de hoje contra todas as maldades praticadas contra a nossa CEPLAC.

    Dessa CEPLAC que você tão lucidamente aborda, eu fui diplomado com o meu diploma de régua e compasso e tudo que constitui na vida teve a minha empresa como aliada, uma verdadeira cúmplice.

    Não posso esquecer uma imagem que não me sai da memória: na minha frente aparece saindo de um carro oficial um senhor gordo, tentando abotoar o paletó e se dirigindo para o auditório do CEPEC, que tem o nome do saudoso Hélio Reis de Oliveira.

    O senhor com dificuldade para abotoar o paletó era nada mais, nada menos, o ministro Delfim Neto.

    A missa com certeza já veio encomendada. Quando a direção da CEPLAC acabou de mostrar o que ERA A CEPLAC, com convicção o senhor gordo já sabia o que fazer com o gigantismo de uma empresa que ele não conhecia.

    DITO E FEITO. Chegando na capital federal ele inventou direcionar os recursos da CEPLAC, que eram dos agricultores, e jogou tudo no saco do Tesouro Nacional, com a promessa de repassar integralmente.

    Enganou a todos! à direção da CEPLAC que acreditou no ato do governo; os agricultores razão maior da CEPLAC não revidaram a ação; os funcionários envolvidos no árduo trabalho diário parece que não tiveram tempo de acordar para a grave situação, enfim, todos foram enganados e ludibriados.

    Aí meu bravo ceplaqueano Rezende, começou o desmonte do gigante, que fazia e acontecia por toda a região cacaueira da Bahia, pois além de cuidar do cacau, tinha pela frente a incumbência de construir estradas, ramais, pontes, hospitais, escolas, universidade, porto, etc., etc.

    Quanto aos colegas que se aproveitaram politicamente da CEPLAC, com certeza eles não conseguem dormir o sono dos justos, nem os seus aliados.

    Entre a vida e a morte, a segunda está mais presente, pois não se tem notícia de nenhum projeto definindo o que deva ser a CEPLAC daqui por diante, as suas ações como vão ficar, o seu patrimônio tanto material, como de pessoal, mas uma coisa vai ficar eternamente que é a sua HISTÓRIA, belíssima sob todos os aspectos, dá para várias dissertações para títulos de mestre e doutor.

    OBRIGADO meu bravo colega ceplaqueano pelo seu escrito sobre esta instituição que está acima de tudo: C E P L A C.

    ZÉCARLOS JUNIOR

  • IVAN Medeiros says:

    Meu falecido pai foi uma das vítimas dos inúmeros projetos insanos da CEPLAC, nem vale a pena enumerá-los, pois foram MUITOS, e o pior que painho um entusiasta da cacauicultura acreditou e pagou um preço altíssimo com a improcedência dos projetos que não deram proveito nenhum, só o levaram à pobreza e depressão devido às dívidas contraídas. Bem me lembro dos tempos áureos e de todo o glamour que os cacauicultores viveram, mas de uma coisa eu me lembro bem a CEPLAC sempre foi um cabide de emprego dai vem a bancarrota, resultado das más gestões, tartarugas colocadas em cima da arvore da instituição que no faz de conta deu no que deu, ella hoje resfolega nas ùltimas até o suspiro final. Aconselho que seria de bom alvitre transformar o elefante branco que restou em uma instituição de amparo a idosos ou quem sabe uma fazendinha para recuperação dos craqueiros e drogados em geral, aí sim uma finalidade de fato poderia acontecer…mas isso na era pôs DILMA, pois a rapinagem ainda sobrevive….lamentávelmente….

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