NEGÓCIOS PIRAMIDAIS
Ao que tudo indica, as pirâmides financeiras surgiram nos EUA, na primeira metade do século passado. Não são tão antigas quanto as pirâmides do Egito, mas também não são nenhuma novidade. Lembro de algumas, aqui no Brasil, na década de 90 passada.
Os líderes investem pesado no marketing da “empresa” com publicidade, palestras e eventos em hotéis de luxo e espaços pagos nos meios de comunicação, sem falar nos adesivos gigantescos, geralmente afixados nos automóveis. A doutrinação dos interessados é quase uma religião, uma seita ou alucinação coletiva, onde as futuras vítimas defendem a iniciativa com unhas e dentes e ai de quem ousar falar mal. Por trás, um suposto produto ou serviço, na tentativa de disfarçar e confundir o ilícito com o lícito. O resultado é sempre o mesmo: os idealizadores e os primeiros “investidores” são os que lucram mais, às custas da maioria que perde quando o negócio se torna insustentável e vai pras cucuias, ou quando a Justiça intervém e bloqueia tudo.
Honestamente, não me comovem os que saem prejudicados nessa ciranda da cobiça e da ilusão do dinheiro fácil. Aliás, ao contrário do que se pensa, muitos que entram na dita “oportunidade de negócio” sabem o que estão fazendo e sabem que o dinheiro do seu “lucro”, na prática, vai virar prejuízo para os outros lá da base, quando a coisa ruir. Todos conhecemos casos de gente que vendeu bens para investir e se deu mal. Para estes – se serve de lição – bom saber que dinheiro não cai do céu, não brota do chão nem dá em árvore. Só no topo da pirâmide e para pouquíssimos faraós.
Nilson Pessoa