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COMO UTILIZAR MAL O DINHEIRO PÚBLICO: EDUCAÇÃO

O Governo Federal alardeia aos quatro ventos que nunca se investiu tanto em educação no Brasil, e que há uma escalada crescente de recursos destinados à educação. Acredite: Isto é a mais pura verdade!

Os números comprovam isto. Segundo foi publicado na coluna de Reinaldo Azevedo na Veja – portanto um colunista conservador de um veículo de imprensa igualmente conservador – o Brasil investe na educação, atualmente, cerca de 5,7 % do PIB (Produto Interno Bruto), o que de fato é muito dinheiro, até porque somos hoje a sétima maior economia do mundo.

Entretanto, segundo publicação da Exame.com, apesar de investirmos em educação um percentual do PIB maior do que países como Reino Unido, Canadá e Alemanha, quando medimos os resultados alcançados, o resultado é muito ruim.

Em um ranking feito pela OCDE, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, em um programa de avaliação da qualidade da educação, o Brasil ocupa atualmente um modestíssimo – ou vergonhoso – 53º lugar de um total de 65 países incluídos na pesquisa.[1]

Quem leciona na rede pública de ensino, tal como este autor, não precisa ir tão longe para constatar o óbvio: O ensino público no Brasil tornou-se um desastre, não obstante o esforço de muitos profissionais abnegados que trabalham no setor.

Porque, então, com tantos e crescentes investimentos, nossos resultados na educação são tão ruins?

Uma das fortes razões para isto é: Este dinheiro simplesmente não chega aos alunos e professores. Mandar dinheiro para os estados e municípios, e mesmo para as unidades escolares não significa que ele será aplicado na educação. A corrupção e a impunidade fazem com que a afirmação seja auto explicativa.

Por outro lado, os salários dos professores, apesar de terem melhorado um pouco, apresentam uma defasagem inacreditável quando comparados aos ganhos dos demais profissionais de nível superior, e mesmo em relação a profissionais de nível técnico ou médio.

Sem bons salários, nesses tempos em que o dinheiro é visto como um verdadeiro deus, as pessoas não querem mais ser educadores. E sem bons professores a escola simplesmente não funciona, assim como um hospital não funciona sem médicos, a polícia não funciona sem policiais e o setor privado não funciona sem empresários.

Por isso, não basta somente destinar mais dinheiro para a Educação, embora este seja um importantíssimo passo a ser dado e o Governo Federal o esteja fazendo. É preciso que este dinheiro chegue, efetivamente, ao seu destino final, aos professores, servidores e alunos. E isto, no Brasil, é muito mais complexo do que destinar um percentual do PIB à educação, por maior que seja.

Em uma argumentação final, podemos afirmar: É por isso que o Bolsa Família funciona, e tantos outros programas de governo não têm os mesmos resultados. No Bolsa Família os recursos vão diretamente para a mão da família carente, não para estados, municípios ou qualquer outro órgão público. Quase não se perdem na burocracia e na corrupção.

Na educação o investimento teria que, da mesma forma, chegar a seus destinatários finais. Caso contrário, continuaremos a gastar muito, mas com resultados pífios.

Julio Cezar de Oliveira Gomes

Professor, graduado em História; e Advogado, graduado em Direito, ambos pela UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz.

1 resposta para “COMO UTILIZAR MAL O DINHEIRO PÚBLICO: EDUCAÇÃO”

  • Dwarf says:

    Cresceu mais de 200% em 10 anos, mas é pouco e o modelo é ruim. São R$ 101,86 bilhões de orçamento anual para 51 milhões de estudantes, quase R$ 2 mil per capita/ano, mas a discrepância entre o investimento no ensino fundamental e no acadêmico é colossal, o custo do aluno de ensino superior público é de no mínimo R$ 18 mil per capita/ano, o ensino fundamental raramente alcança R$ 1 mil per capita/ano nas escolas espalhadas pelo país.

    Se formos tomar modelos reconhecidos de excelência educacional no mundo, como Suécia e Finlândia ou até o Chile numa comparação mais próxima de algo que dá mais certo do que aqui (pelo ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil tem o pior dos mundos, pois a maior parte desse orçamento são direcionados para a manutenção de escolas, um percentual muito baixo iria para professores…

    Estes países adotam o sistema de voucher, que seria privatizar as escolas públicas para os professores e dar diretamente ao aluno pobre uma bolsa para que seus pais escolham em que escola particular ele deve estudar. No caso, a opção familiar e a concorrência entre escolas obrigaria que o mercado oferecesse melhores opções de ensino, não este sistema falido em que por mais dinheiro se parece com tratar um alcoólatra com mais uísque.

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