Para não prejudicar aproximadamente 2.600 alunos da rede municipal de ensino, principalmente na zona rural, a Secretaria de Educação de Ilhéus está mantendo o calendário de reposição de aulas.

A Secretaria de Educação da Prefeitura de Ilhéus, através de Nota Pública, esclareceu aspectos sobre o esforço do município em assegurar o cumprimento do ano letivo de 2013 e também sobre a manifestação de setores que integram o Conselho Municipal de Educação (CME), que se posicionaram a favor de possível anulação das atividades de reposição de aulas em algumas unidades da rede municipal de ensino. Para a secretária Marlúcia Rocha Mendes, o ano letivo 2013 foi considerado atípico devido a grave situação de abandono encontrada em diversas escolas, que exigiu um regime de mutirão para o funcionamento de maioria, e a greve dos professores, que durou quase três meses.

Mesmo com os mutirões, não foi possível concluir o calendário, havendo a necessidade de se programar reposições de aulas para não prejudicar os alunos, conforme diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Educação, e com o respaldo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Dessa forma, explica a secretária, “a reposição de aulas vem sendo realizada normalmente para suprir as faltas ocasionadas pela greve dos professores, realizada entre os dias 22 de julho e 7 de outubro, e garantir os 200 dias letivos exigidos por lei”.

Esclarece ainda Marlúcia Rocha, que, no caso de algumas turmas de 14 escolas – a rede municipal possui 51 unidades – sendo a maioria localizada na zona rural do município, a reposição vem sendo feita em sistema de dois turnos, garantidas a merenda e o transporte escolares, além do almoço para aqueles estudantes que residem distante da unidade educacional. Na verdade, essas escolas tiveram o início do ano letivo atrasado em virtude de questões diversas, como a necessidade de recuperação física das unidades e da realização de seleção para contratação temporária de professores (sendo que muitos dos aprovados desistiram por conta da longa distância e ou difícil acesso a fazendas e outros locais da zona rural); regularização do sistema de transporte escolar, entre outros.

Para evitar prejuízos ao alunado, o final do ano letivo de 2013 será encerrado no dia 5 de abril, antes do começo do ano letivo de 2014, que será iniciado no dia 14 do mesmo mês. Lembra a secretária Marlúcia Rocha Mendes, que, se não houver reposição das aulas nos dois turnos, aproximadamente 2.600 alunos vão perder o ano, “e o governo municipal mantém seu compromisso de lutar para não prejudicar o andamento escolar dos alunos, e não apoia qualquer proposição que inviabilize o ano letivo”. Conforme afirma Marlúcia, “a Secretaria Municipal de Educação está agindo totalmente dentro das determinações legais, e que não há nenhuma outra instituição no município com poderes para inviabilizar a validade das aulas já dadas”.

Essas determinações da secretária são corroboradas pelo Procurador Geral do Município, Otávio Augustus Carmo, que afirma que a deliberação do Conselho Municipal de Educação (CME), adotada por alguns de seus membros, e contra os votos do representante da Secretaria de Educação e dos pais dos alunos, padece de várias ilegalidades, principalmente quando, ao não aprovar o calendário de reposição proposto, deveria sugerir outro cronograma. Com isso -afirma ele – o Conselho ultrapassa suas atribuições legais e, sob pretexto de invalidar o ano letivo, pretende declarar a desconstituição de atos administrativos e ‘revogar’ as atividades já desenvolvidas pelos corpos discente e docente.

Sendo assim, Marlúcia Rocha Mendes diz que, pautando-se nestes fatos e nas premissas jurídicas, a reposição das aulas estão mantidas dentro da normalidade, e adiantou que já enviou um novo calendário para a devida e regular apreciação do Conselho.

Apoio – O professor Aldino Ramos, lotado na Escola Municipal do Teotônio Vilela, e que está colaborando com as aulas de reposição na Escola Nucleada de Castelo Novo, afirma que, como professor e pai de estudantes da rede municipal, acha importante se colocar em prática a reposição das aulas também para evitar prejuízos. “Temos sim que repor as aulas, caso contrário vamos perder tudo que investimos, tanto o município, quantos professores e pais de alunos”, atesta o educador.

Conforme observa Aldino, a possiblidade de anulação do ano letivo representa uma perda em todos os sentidos. “Perde o município que já investiu recursos públicos, dinheiro do imposto do ilheense, com merenda e transporte dos alunos, com contas de luz, água e demais serviços de manutenção das escolas, salários dos professores e servidores; os pais que também aplicaram dinheiro e dedicaram tempo à educação dos filhos, e principalmente, os alunos que perderão a autoestima”, afirma. “Discutir sobre a possiblidade de anulação do ano letivo é um total absurdo, algo inaceitável, mesmo porque, as atividades estão ocorrendo em plena organização”, destaca.


Secretaria de Comunicação (Secom)