Por José Everaldo Andrade Souza

Ir.’. Everaldo

Ilustres seguidores do R2CPRESS, simpatizantes e integrantes da milenar história da Franco-Maçonaria.

Após pequena pausa para novas pesquisas à respeito da Sublime Ordem, retornamos com um novo enfoque dentro da sua rica história. Desta vez, versaremos sobre as origens e história dos diversos Ritos Simbólicos e Filosóficos que enriquecem e embelezam, cada vez mais, a sua tradicional trajetória.

RITO

                   Palavra originada do latim ritus, que significa cerimônia, determina um solene ato religioso, e por extensão, qualquer das práticas e fórmulas usadas nos diversos cultos. Podem diferenciar-se tanto entre as religiões como dentro de uma mesma religião, tal qual se dá na católica: Ambrosiano, Gregoriano, Romano, Grego, Moçarabe, etc.

                   Na Maçonaria, que conta com algumas dezenas de Ritos, se entende como tal o conjunto de regras segundo as quais se praticam as cerimônias e se comunicam os graus, sinais, toques, palavras e todas as demais instruções secretas daí decorrentes. Igual nome toma o conjunto de cerimônias e instruções primitivas de cada sistema, como também o governo maçônico dos altos corpos dirigentes da Maçonaria em cada país. Estes Corpos, intitulados Grandes Orientes, Supremos Conselhos, Grandes Colégios, Consistórios, etc., assumem o poder supremo, tanto no concernente ao dogma e legislação, como no referente à administração e justiça.

                   Dentre os Ritos adotados pelas Potências Maçônicas, quatro são os mais praticados em todo o mundo, e por isso são tidos como universais: 1º – o Rito simbólico ou azul, que forma a base de todos os demais. 2º – o de Iorque ou Moderno Inglês. 3º – o de Schroder na Alemanha. 4º – o Escocês Antigo e Aceito.

                   Nos países de língua inglesa se segue mais o de Iorque e o Escocês, e entre os germanos, o de Schroder. Mas outros Ritos são também praticados e aceitos, como o Sueco, o Eclético, Fassler, Três Globos, Escocês ratificado, além de outros como o Argentino, o Brasileiro, o Francês ou Moderno, e o Mexicano.

                   No Brasil predomina o Rito Escocês Antigo e Aceito, mas encontraram também aceitação os de Iorque e o Moderno ou Francês.

 

                   RITO ADONIRAMITA

Criado em 1776 ou 1787 pelo barão de Tschoudy, relaciona seus emblemas com a construção do Templo de Salomão, mas cultua a memória de Adoniram ou Adoram, como tendo sido o seu arquiteto e a vítima da perfídia dos três maus Companheiros. Outros Maçons não aceitam, porém, esta versão, mas atribuem-na a Hiram Abiff, e daí o denominarem Hiramitas. Porém, é idêntica a doutrina de ambos, tanto nos altos graus como nos simbólicos.

São treze os graus deste Rito: Aprendiz, Companheiro, Mestre, Mestre Perfeito ou Antigo Mestre, Eleito dos Nove ou Pequeno Eleito, Eleito de Perignan ou Desconhecido, Eleito dos Quinze ou Grande Mestre Eleito, Pequeno Arquiteto ou Aprendiz Escocês, Grande Arquiteto ou Companheiro Escocês, Mestre Escocês, Cavaleiro da Espada ou do Oriente ou da Águia, Cavaleiro Rosa Cruz, e Noaquita ou Cavaleiro Prussiano.

 

                   RITO AMERICANO

 

Além do Rito Inglês, também chamado de Iorque, e do Rito do Real Arco, do qual existe um Grande Capítulo em cada um dos Estados da Federação Norte-Americana e em muitas outras regiões daquela nação, a Maçonaria na América do Norte se acha dividida em três grandes grupos. O primeiro, sob a denominação de Maçonaria manual ou instrumental, está constituído pelos três graus simbólicos de Aprendiz, Companheiro e Mestre, que são geralmente conferidos segundo o Rito de Iorque. O segundo, com a denominação de Maçonaria científica, está formado pelos graus do sistema do Real Arco e pelos do Rito Escocês Antigo e Aceito. O terceiro, denominado Maçonaria filosófica ou templária, está composto, entre outros, pelos graus de Cavaleiro de Malta, do Templo, da Cruz Vermelha, do Santo Sepulcro, da Divisa Cristã, da Santa e Três Vezes Ilustre Ordem da Cruz, da Rosa Celeste e Guardiães do Conclave.

 

                   RITO ANDRÓGINO

 

Os historiadores maçônicos mencionam sob esta denominação todos os Ritos e cerimônias praticados por grande número de sociedades  maçônicas ou pseudomaçônicas, as quais, entretanto, não devem ser confundidas com a Maçonaria de Adoção.

 

                   RITO ANTIGO

 

Com o título de “antigo” se tem distinguido, com ou sem fundamento, vários Ritos maçônicos, não raro para dar-lhes maior realce. O único que realmente poderá justificá-lo é o Rito simbólico.

 

                   RITO ANTIGO REFORMADO

 

Praticado na Bélgica e na Holanda, este Rito não passa de uma variante do Rito Moderno ou Francês.

 

                   RITO AZUL ou SIMBÓLICO

 

É o que se compõe exclusivamente dos três graus simbólicos, fundamentais e universais da Ordem, e os únicos que, segundo a opinião da maioria dos tratadistas, se devem considerar como genuinamente maçônicos. Em todos os Ritos estes graus são, invariavelmente, os de Aprendiz, Companheiro e Mestre.

 

                   RITO CABALÍSTICO

 

Com este título parece haver existido um Rito com os graus seguintes: Aprendiz, Companheiro Místico, Mestre, O Espelho de Zoroastro, Teósofo ou Mestre Cabalístico, Sacerdote, Teósofo, Cavaleiro das Pirâmides, Ginosofista e Bardo. A este título também se aplicam, por extensão, todos os Ritos cujos graus estão consagrados à alquimia, magia, cabala, adivinhação, etc., como se dá com os de Schrôder, Schrepfer, Martinez Pascalis, os Iluminados do Zodíaco, entre outros.

 

                   RITO CAVALEIRESCO

 

Comumente se inclui nesta denominação os graus avulsos ou Cavalarias que se praticam na Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos e alguns outros países. Ainda que não admitidos pelas Grandes Lojas, são por elas tolerados e muito acatados

Além dos enumerados no Rito Americano, os principais são: Cavaleiro de Alcântara, de Calatrava, de Cristo, de Malta, de Santo Estêvão, de São Lázaro, de São Miguel, do Espírito Santo, do Santo Sepulcro, do Templo, do Zodíaco, da Cruz Vermelha, da Estrela, da Mãe de Cristo, da Ordem Teutônica, da Redenção, da Virgem, da Águia Negra ou Eleito da Prússia, Noaquita ou Cavaleiro Prussiano da Torre e outros mais.

 

Em breve retornaremos dando sequência a este estudo relativo aos Ritos Maçônicos.

JOSÉ EVERALDO ANDRADE SOUZA

MESTRE MAÇOM DA LOJA ELIAS OCKÉ Nº 1841

FEDERADA AO GRANDE ORIENTE DO BRASIL – RITO BRASILEIRO

ORIENTE DE ILHÉUS – BAHIA.


REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS:

MAÇONARIA:

Seus Mistérios

Seus Ritos

Sua Filosofia

Sua História

 

Joaquim Gervásio de Figueiredo Gr 33

4ª edição – Editora Pensamento

SÃO PAULO.

 

RIZZARDO DA CAMINO

Maçonaria Mística

MADRAS Livraria e Editora Ltda.

São Paulo – SP