FESTIVAL“Não é possível visualizar hoje uma política pública para o povo da capoeira. E o Conselho Estadual de Cultura está disponível para ser pautado em relação a essa demanda”. Foi com um discurso em defesa da capoeira que o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Márcio Ângelo Ribeiro, participou, na noite da última quinta-feira, 15, do Festival Cultural Aldeia, realizado na sede da Central Única das Favelas (CUFA), no Pelourinho.

O presidente foi convidado para a roda de debate com os temas “Resistência Negra a Escravidão” e “África: Minha Identidade Cultural”, que dá nome ao festival. Diante de uma plateia formada, em sua maioria, por crianças e adolescentes, o presidente do Conselho contou sua experiência enquanto agente cultural na cidade de Juazeiro, no Território de Identidade Cultural do Sertão do São Francisco, e reforçou o papel da cultura como instrumento de valorização da identidade negra.

RESISTÊNCIA – Como a capoeira é também um elemento de resistência na cultura negra, Ribeiro assinalou que os agentes culturais desse setor precisam estar unidos a favor de políticas culturais específicas. Uma sugestão do presidente é que seja criado, inclusive, um Colegiado Setorial para a capoeira, assim como já existe para outros setores como Circo, Literatura e Música.

Um dos realizadores do Festival Cultural Aldeia é o agente cultural Edilton Lima, conhecido como contra mestre da Mata. Ele acredita que a experiência proporcionada pelo evento trouxe importantes aprendizados ao público. “As discussões abordaram especialmente a resistência cultural de origem africana, o fortalecimento da cultura negra e as transformações das tradições para sua preservação, como é o caso da capoeira, do samba de roda e das religiões de matriz africana”, explicou.

Lima defende a cultura negra e sua contribuição à identidade cultural do povo brasileiro. “Refletimos, no debate, sobre como a África colabora no dia a dia do baiano”, ressaltou. Na mesa do debate, além do presidente do Conselho, estavam a professora-mestre Margarida Seixas e os professores Jussara Bacelar e Marcos Lima.

O Festival Cultural Aldeia segue até o próximo sábado, 17. Na quinta e sexta aconteceu na sede da CUFA, no Pelourinho, e no último dia será no Teatro do IRDEB, localizado na rua Pedro Gama, 413, Federação.


Conselho Estadual de Cultura da Bahia
Assessoria de Comunicação