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março 2017
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Luiz Castro em: DECOLORES

DOUTOR  GALO

Aos doze anos de idade  comecei trabalhar no comércio na firma A LAMPADA DO CASTOR na função de Office boy, ou seja continuo, estafeta, menino de recado , que limpa  sanitário, faz compras, enfim,  faz de tudo.

Diante desta experiência fui aprendendo a ser gente, ganhando meu dinheirinho,  crescendo profissionalmente a cada dia. Em seguida minha mãe me matriculou no curso de datilografia na Escola Técnica do Comércio, sendo o instrutor o saudoso Professor Manoel Nogueira. Lembro-me que no dia do exame final chegou da Capital do Estado uma comissão examinadora, além dos professores Leopoldo Campos Monteiro, Helio Melo , Bráulio, Helena Argolo e Clotildes Amaral. O resultado foi divulgado horas depois com entrega de diploma. Foi uma verdadeira vitória a sensação foi a mesma quando passei no vestibular na Fespi em 1975.

Diplomado que fui, senti-me orgulhoso e partir para lançar minhas redes em mares mais profundo conforme me ensinou o Mestre dos Mestres – Jesus Cristo. Daí que  minha irmã Aninha,  que trabalhava na Livraria A Nacional,  falou  com o  saudoso Dr. Galo que era – Delegado de Policia –   para arrumar um emprego para mim, pois ele era freguês assíduo e comprava sempre as    revistas O CRUZEIRO e MANCHETE.  Imediatamente o cidadão  se prontificou e marcou o dia para que eu o procurasse no local do seu trabalho que funcionava em um prédio antigo na Avenida Dois de Julho, fundos do Mercado Municipal, onde também funcionava a  Inspetoria de Transito chefiada por Israel Fonseca.  No dia marcado me apresentei e de pronto me perguntou se realmente queria trabalhar.  Não pestanejando confirmei, logo  ele  pediu que o acompanhasse.   Sendo assim, saímos em direção ao comércio, porém sem destino.                         Dr. Galo tinha estatura  baixa, usava paletó e chapéu, gostava de conversar, era  popular, querido e respeitado, contudo dava bronca nas pessoas que cometiam erros. Frutos da profissão de Delegado!

Ao passar pela Rua Eustaquio Bastos,  cumprimentou seu velho amigo Marcolino Cunha, agente da empresa Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul. Após o bate papo, ele determinou que eu iria trabalhar  ali sem ao menos pedir ao amigo,  mandando-me sentar imediatamente na carteira onde estava  a maquina de datilografia. Como ele gozava de prestigio na cidade, Marcolino  acatou a ordem  e me empregou sem contestação. Foi uma experiência formidável trabalhar naquele local, saber lidar  com os passageiros, atendendo a todos  com presteza. Naquele tempo a internet ainda não existia, nem pensar. A comunicação era precária e ao mesmo tempo suficiente, utilizava-se o serviço de código Morse (telegrafo) para reservas de passagens ou se comunicar com a tripulação da aeronave.   Os aviões da Cruzeiro do Sul que faziam linha no aeroporto do Pontal eram os modelos  DC3, CONVER 240 e 440 e vez em quando pousava o cargueiro para transportar as cargas da empresa Mucambo.

Trabalhar na aviação foi uma experiência inesquecível e apaixonante.  Tive oportunidade de conhecer comandantes de aeronaves, comissários, aeromoças e   passageiros considerados estrelas a nível de Cauby Peixoto, Marlene e Emilinha Borba, Clóvis Bornay, Evandro de Castro Lima, Nelson Gonçalves e vários jogadores de  times de futebol do Rio de Janeiro que transitaram no nosso aeroporto naquela época. Outros passageiros especiais que  chamava à atenção eram Demosthenes Berbert de Castro e Raymundo Pacheco Sá Barretto, que  viajavam para resolver questões à respeito do Porto do Malhado. Lembro-me  também de  Roberto Reis, criador de cavalos de corrida,  que constantemente estava  no Jóquei Club do Rio de Janeiro. Quando ia viajar, ao se aproximar do aeroporto, os carregadores  seguravam suas malas e objetos, pois a gorjeta era gorda e sagrada.

Outro fato interessante foi que certo dia  o Inspetor Morgado da Cruzeiro do Sul em visita a agencia de Ilhéus, gostou  do meu desempenho   e convidou-me  para  trabalhar  no Rio de Janeiro, porém não  foi possível por ser  menor de idade.

Após um grande período, a Cruzeiro do Sul foi incorporada a Varig  deixando eterna  saudade.

 

Colaboração de Luiz Castro

Bacharel Administração de Empresa

2 respostas para “Luiz Castro em: DECOLORES”

  • Marcus Dias says:

    Caro amigo irmão Decolores Luiz Castro, você como sempre nos presenteando coma suas histórias,histórias essas descritas com maestria, nos fazendo viajar aos velhos tempos da nossa querida e amada Ilhéus. Continue com suas narrativas, pois nos traz belas lembranças. Obrigado.

  • Juarez Nascimento Nogueira says:

    Prezado amigo Luiz,
    Você como sempre nos prestigiando dos acontecimentos passados e citando o nome do meu querido e saudoso pai Professor Nogueira, quero agradecer pelas lembranças inesquecíveis e espero como sempre que voce sempre volte a contar as coisas boas do passado! Parabéns meu amigo.
    Juarez

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