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:: 25/ago/2019 . 18:02

MENSAGEM DA SEMANA

AS QUEIMADAS NA AMAZÔNIA

Luiz Ferreira da Silva, 82

Engenheiro agrônomo e Escritor

luizferreira1937@gmail.com

Há muita falta de conhecimento sobre as queimadas no meio rural, apesar de ter sido uma prática desde o nosso Brasil aborígene.

Um bando de jornalistas despreparados, capitaneados por falsos ecologistas que nunca foram mordidos por um carapanã, destilam conversas fiadas, aproveitando a bola da vez, a Amazônia.

A agricultura de corte e queima é praticada há milhares de anos nas áreas florestadas do planeta, principalmente nos trópicos úmidos, a exemplo da Amazônia. É a chamada agricultura migratória (nômade, itinerante, de pousio ou “shifting cultivation”), o mais antigo e ainda usado sistema de agricultura nestas regiões.

A queima procedida promove a reposição dos nutrientes removidos pelos cultivos; manutenção das condições edáficas apropriadas para a utilização agrícola; controle da proliferação de pragas e doenças; controle da acidez do solo e dos elementos tóxicos devido à ação das cinzas; e controle da erosão.

Após 5 anos, em média, abandona-se a área, após a queda de produtividade dos cultivos, incorporando outro talhão ao mesmo sistema, retornando àquela após o surgimento da mata de segundo crescimento, indicando condições de recuperação do solo.

O tal sistema não suporta uma alta pressão social, levando o homem a necessitar de mais áreas desmatadas, e cada vez mais e mais, por não possuir ensinamentos/conhecimentos que lhe possibilite auferir eficazmente maiores produtividades sem desgastar o recurso solo.

O problema está com a indústria madeireira e/ou agricultura extensiva, quando muitas áreas são desmatadas, após o que se queima os restolhos (folhagens, galhos, arbustos), incorporando-se ao solo os nutrientes acumulados na massa vegetal de centenas ou milhares de anos. É uma prática de limpeza da área e fertilização natural. Não causa tantos danos ao solo, mas ao ar, atingindo ao homem a curto prazo.

Neste caso, geralmente se semeia pastagens, aproveitando a momentânea riqueza do solo, cuja produtividade de massa decai no intervalo de 3 a 5 anos, após o que se procede nova queima, visando sobretudo controlar as pragas, notadamente as cigarrinhas, e adicionar novos nutrientes, desta vez em menor quantidade.

Isso aconteceu no Sul da Bahia, como exemplo extensivo, ocasionando a degradação de milhares de hectares, por não ter sido procedido um manejo adequado, mas constante uso do fogo.

No caso da Amazônia, há os 3 processos de queima, com maior ênfase nos pós-desmatamento, estando logicamente esta derrubada de árvores intrinsicamente relacionada com as queimadas subsequentes. E, ademais, a queima das pastagens, pelas razões explicitadas, contribuindo para a poluição atmosférica.

É justamente o que está acontecendo neste “agosto cinzento” que, pela falta de ação do governo, cobriu as Cidades da Amazônia da mesma fuligem que, em 1971, quando estive pela primeira vez na Amazônia, fez-me arder os olhos, numa noite em Manaus. Nada, pois, de novidade!

O resto é tapar o sol com a peneira, com elucubrações infundadas e conversas desconexas, procurando os culpados fictícios, que já ultrapassaram os umbrais do nosso país. (Maceió, 25 de agosto de 2019)





















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