Evento marca a apresentação dos projetos contemplados no edital da Fapesb voltado para doença falciforme
O primeiro edital voltado para a saúde da população negra do Brasil, lançado pela Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), terá seus primeiros projetos apresentados à sociedade, em um simpósio realizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), que acontece nesta quinta (17), a partir das 9h, através do canal da Secti no Youtube. O encontro homenageia o Dia Mundial da Conscientização da Anemia Falciforme, data calendarizada pela ONU em 19 de junho. Na ocasião, os 11 projetos apoiados no Edital, que contou com a parceria das Secretarias da Saúde (Sesab) e de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), apresentarão os primeiros resultados de seus trabalhos, voltados não somente para a doença falciforme, mas também para diversas doenças que impactam a saúde da população negra.
A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação, Adélia Pinheiro, relembra que o valor investido no edital foi de R$ 1.100.000,00 e que duas linhas de pesquisa foram criadas, uma com foco na doença falciforme e outra direcionada às doenças crônicas, outros agravos e impactos do racismo na saúde. “As propostas aprovadas são oriundas de diversas universidades, não somente da capital, mas também do interior do Estado, firmando nosso compromisso com a interiorização do conhecimento”, disse. Adélia destaca que os projetos mobilizam pesquisadores das universidades Federal da Bahia (Ufba), Estadual de Feira de Santana (Uefs), Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) e o Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia).
Durante o evento, que contará também com a participação dos secretários da Sesab e Sepromi, Fábio Vilas Boas e Fabya Reis, respectivamente, e dos reitores das instituições de ensino superior contempladas no Edital, serão abordados temas como tecnologias educativas de promoção do autocuidado para pessoas com doença falciforme, avaliação da fertilidade em pacientes com a mesma doença na região metropolitana de Feira de Santana, e condições de vida e saúde de comunidades quilombolas. Além disso, os participantes e convidados poderão debater sobre os temas e contarão com uma apresentação sobre boas práticas para gestão de projetos.
Para a secretária da Sepromi, Fabya Reis, a iniciativa é uma contribuição significativa da ciência e seus pesquisadores para equidade racial na esfera da saúde. “Esta ação agrega um conjunto de instituições importantes neste debate e fará a Bahia avançar na atenção integral à saúde da população negra, cumprindo o nosso Estatuto da Igualdade Racial do Estado e a política destinada à promoção dos povos e comunidades tradicionais, afetados historicamente pelas desigualdades étnico-raciais”, pontuou.
O secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, destaca a relevância do edital. “A Doença Falciforme é uma das condições genéticas e hereditárias mais comuns no mundo e é mais prevalente na população negra, apesar de não ser exclusiva. Só na Bahia, estima-se que 30 mil pessoas possuam a condição, que provoca anemia crônica e episódios frequentes de dor severa, decorrentes da má circulação sanguínea. Sendo a Bahia o estado com a maior incidência do País, é de interesse de toda a sociedade o investimento em ciência, pesquisa e inovação nesta área”, afirma.
SERVIÇO
O que: Simpósio Doença Falciforme, outros agravos e impactos do racismo na saúde.
Quando: 17/06 (quinta-feira), das 9h às 12h