Muita gente se desesperou naquelas quatro ou cinco horas de apagão. Não pela escuridão em si, mas pela falta de internet, as redes sociais indisponíveis, celulares mudos e smartphones sem carga. Pandemônio total.
Contudo, minhas dificuldades não foram tanto essas, e sim outras.
Corri pro micro ondas pra esquentar um pão, e nada; fui para a chapa grill elétrica, idem; apelei pro air fryer, lógico que também não funcionou. Aí foi que me dei conta de que estava no meio de um apagão e não tinha pra onde correr.
Aliás, tinha. O bom, velho e histórico fogo. Sim, graças a ele pude esquentar meu pão e também o café, pude iluminar a casa e enxergar as coisas, pude ler um livro de papel impresso como na era pré-kindle, e também poderia até ter usado o bendito fogo para me aquecer, se por estas bandas fizesse um frio de lascar.
Em plena era cibernética no terceiro milênio, como o primitivo fogo ainda nos tira do aperto, não é mesmo?
O que seria de nós se não fossem as redes sociais, a internet e… o fogo.

Nilson Pessoa