Às vezes o Brasil é como o livro do Loyola: Cômico, se não fosse trágico.

Uma diretora de escola de Goiás é afastada do cargo porque denunciou o atraso nas verbas para a merenda.

Em vez dos responsáveis tentarem resolver o problema, afastam a diretora. Boa fé e competência? Alguém se lembra?

Mas enquanto as escolas caem aos pedaços e os professores são cada vez menos respeitados, ganhando salários ridículos, menores do que os de muitos serviçais humildes do governo, a ministra da cultura acha que fomentar a cultura é distribuir grana aos montes para suas amiguinhas e parentes, cantorazinhas meio esquecidas que um dia foram sucesso, para que elas façam inexpressivos shows na web.

A jovem ministra deveria vir mais à São Paulo e observar inciativas verdadeiramente importantes para a cultura, como as Viradas Culturais, por exemplo, além de várias outras que promovem eventos gratuitos, abertos ao público, levando música clássica, apresentações teatrais de qualidade, isso sem falar nas bibliotecas que se instalam em qualquer canto, às vezes por obra e graça de cidadãos comuns e com poucos recursos.

Essa ministra parece não fazer jus à confiança que esse governo depositou nas mulheres. Parece, senhora presidenta, que está na hora de desistir de colocar cantores no Ministério da Cultura. É melhor tentar um intelectual político de carreira, com experiência na matéria.

Sem cultura, sem educação e sem segurança o Brasil não cumprirá esse seu hoje tão badalado destino de país emergente, quase saindo do buraco do subdesenvolvimento. Sem cultura, sem educação e sem segurança, o futuro é tão sombrio quanto a alma dos arquitetos e decoradores que acreditam ingenuamente que a escuridão esteja na moda.


Isabel.
escritora, produtora e apresentadora
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