A qualidade do sabonete à base de algas produzido em Manguinhos, comunidade localizada na Ilha de Itaparica, tem significativos avanços graças à parceria entre a Bahia Pesca, vinculada à Secretaria de Agricultura do Estado, e a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). A melhora é decorrente das pesquisas realizadas pelos estudantes dos cursos de Engenharia de Pesca e Biologia da instituição, que estão ensinando às marisqueiras qual o melhor tipo de algas para produção do sabonete e a melhor forma de extraí-las do ambiente sem prejudicar o ecossistema.

Algas são alternativa de renda para pescadores de Itaparica. Foto de Eduardo Rodrigues

“Na região existem dois tipos de algas vermelhas que são utilizadas para a produção do gel, matéria-prima dos sabonetes. Os estudos realizados fruto da parceria a Bahia Pesca e a UFRB conseguiram constatar que as algas vermelhas cilíndricas produzem géis mais consistentes, ou seja, de melhor qualidade, enquanto as algas vermelhas achatadas resultam num sabonete menos proveitoso”, explica o biólogo e técnico da Bahia Pesca, Brunno Falcão.
Para realização dos estudos, as pesquisadoras da UFRB, Marília Costa e Stela Bispo, utilizaram a estrutura da Bahia Pesca e realizaram um intercâmbio de informações com os técnicos da empresa. “A Bahia Pesca já trabalha com a produção de sabonetes à base de algas desde 2009, por isso já temos um significativo banco de dados sobre o assunto. Com o intercâmbio de informações com as pesquisadoras, podemos além de ampliar nossos conhecimentos, formar multiplicadores desta ação”, afirma Brunno.
Palestra
Em outubro a Bahia Pesca reuniu as marisqueiras em palestra na própria comunidade, ministrada pelas pesquisadoras, para divulgação dos resultados da pesquisa, instrução de como identificar as algas cilíndricas e auxílio na melhor forma de extração.
“As marisqueiras reclamavam que os sabonetes tinham pouco tempo de durabilidade. Agora elas irão aperfeiçoar a produção, já que ensinamos como identificar as algas boas. Na palestra, as marisqueiras puderam aprender também que as algas devem ser cortadas acima das ramificações que as prendem no sedimento, proporcionando a manutenção da vida no ecossistema e permitindo que a alga volte a crescer novamente”, conclui Marília Costa.