A sensação é de que tudo não passa de devaneio do Governo Federal, ao mobilizar as Forças Armadas num pretenso combate ao mosquito Aedes Aegypti, enquanto a população e muitas gestões municipais – inclua-se Ilhéus – parecem não mover uma palha para evitar a proliferação do mosquito.
A prefeitura disponibilizou um serviço telefônico para denúncias da população sobre possíveis focos do mosquito Aedes. Louvável. Liguei e denunciei, na última segunda feira, dois probabilíssimos focos.
E o lixão, que só cresce

E o lixão, que só cresce

O primeiro deles, o já manjado lixão ao lado do Colégio CAIC, para o qual a atendente disse já ter havido denúncia anterior à minha.
Matagal na eterna obra da creche

Matagal na eterna obra da creche

O segundo local fica ali pertinho, a poucos metros do lixão; trata-se de uma obra inacabada, que deveria estar pronta há quase dois anos e que o mato tomou conta. A obra é nada menos do que uma creche, parceria do Governo Federal e Prefeitura de Ilhéus, através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Nada de aceleração, nada de crescimento, mas um provável foco do Aedes Aegypti.
Em suma, minhas duas denúncias envolvem instituições governamentais que posam de paladinos do combate ao mosquito, mas que esquecem de olhar o próprio umbigo e deixam correr solto, de mal a pior. Nem parece que vivemos um estado de emergência, em meio à epidemia brutal de quatro doenças transmitidas pelo mesmo vetor, o famigerado mosquito.
Valho-me de Caetano Veloso (e em dose dupla):
Alguma coisa está fora da ordem. O que será? 
 
Nilson Pessoa