A onda revolucionária que percorre os países árabes vem sendo identificadas pelos observadores ocidentais como vitória do capitalismo. Na visão apressada dos jornalistas e diplomatas ocidentais, os jovens mobilizados pela internet querem derrubar seus déspotas a fimde viver os padrões europeus e norte-americanos de conforto.É até possível que isto seja verdade em parte, como é evidente que os países capitalistas, sedentos do petróleo do Oriente Médio, incentivam rebeliões, como as do Libano, com seus agentes provocadores.Mas estão vendo só uma pequena parcela da realidade.

A rebelião ainda que não existia uma conciência clara disso, se faz contra uma ordem mundial do dominio.Essa ordem, construida e administrada pelo capitalismo, sempre aceitou os tiranos do Oriente Médio, desde que lhe facilitem o acesso ao petróleo.Não são os direitos humanos, como a sua hipocrísia proclama, que defendem, mas o direito que se arrogam de explorar os povos.A Revolução Soviética foi uma grande tentativa de construir esse novo tempo, mas foi vencida pela traição interna de seus burocratas e pelos seus graves erros, entre a violência stanilista.A queda do Muro de Berlim, porém não significa a derota definitiva do humanismo como eles pensam.

Está surgindo uma nova idade no mundo:o sistema do poder, dominado pelos banqueiros, que faz e desfaz governos, controla a ciência e a tecnologia, determina a vida e morte de povos inteiros, começa a ser visto em seu horror pelas grandes massas.O que virá depois, não sabemos-mas as dores do parto desse novo tempo já fazem sentir.


Autor:Mauro Santayana
Publicação revista Brasil 57 março/2011.
Enviada por Melck Rabelo