INSTITUTO MUNICIPAL DE ENSINO EUSINIO LAVIGNE – I M E
Segundo os historiadores, o ginásio municipal foi um sonho de Eusinio Lavigne, prefeito no período de 1930 a 1937, que foi destituído do cargo por motivos políticos. Este sonho só pode ser realizado dois anos depois, em 1939, pelo prefeito Mário Pessoa. O primeiro diretor da instituição foi o advogado e professor de português, Dr. Heitor Dias, que mais tarde foi prefeito de Salvador e importante senador da Republica. Foi a primeira escola pública a oferecer o curso ginasial no interior da Bahia que foi criado nos moldes do Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro, e do Colégio da Bahia, em Salvador, ambos os colégios modelo. Seus professores foram os melhores que já passaram por Ilhéus e, até a década de 90, foi a escola pública de Ilhéus que mais aprovou em vestibular.
O Diário da Tarde, em matéria publicada em 1939, inicia um artigo de página inteira dizendo o seguinte: “O ginásio municipal de Ilhéus é uma dessas obras portentosas que valem, por si só, um atestado do progresso, da riqueza e da civilização de uma cidade. Ilhéus muito se deve honrar de possuir, porque, já pelas suas linhas arquitetônicas originais e imponentes, já pelas suas divisões internas, tecnicamente dispostas, já pela sua finalidade altamente patriótica, constitui o ginásio de Ilhéus, o melhor monumento da cidade e uma das mis belas, das mais grandiosas, das mais respeitáveis realizações políticas em Ilhéus e no Estado”.

Tive a felicidade de estudar no IME na década de 60. Foi difícil entrar, naquela época era necessário passar pelo Exame de Admissão considerado verdadeiro vestibular. Somente na terceira tentativa foi que conseguir êxito. Foi mesmo que ter ganho na loteria. O resultado era anunciado na porta do estabelecimento. Ao visualizar meu nome, saí vibrando e anunciando aos quatro cantos da cidade. Foi uma alegria imensa e inesquecível.
Os professores eram impecáveis e respeitados. Lembro-me de Pedro Lima, Horizontina, Mônaco, Raimundão, Leonor Otero, Brawlio, Yara Aquino, Claudio Silveira, Oswaldo, Juraci Amorim e Aloysio Veiga conhecido por Labamba que lecionava no laboratório onde tinha recipientes de vidro com animais conservados no formol e aves empalhadas para servir de demonstração para os alunos durante as aulas.
Os sensores eram Said (sogro de Marcos Moreira), Manoel (sogro de Mario Amorim) e Antonio que era especialista em dar bronca nos alunos quando o fardamento não estava adequado. Os sapatos tinham que estar engraxados e deveria estar calçado com meias pretas, caso contrário não tínhamos acesso ao colégio. (Lei Seca)
Freqüentei o Grêmio Estudantil Otavio Mangabeira e mas horas vagas jogava domino, dama e futebol de botão. Naquela oportunidade fui eleito representante de sala e participei do campeonato de futebol estudantil no Estádio Mario Pessoa,promovido pelo IME, cuja disputa entre as salas era bastante acirrada.
A Secretaria de Educação do Município da época no intuito de estimular o folclore junino promoveu o Concurso de Quadrilha no Ginásio de Esporte com a participação de alunos de vários colégios da cidade. O IME foi classificado em segundo. lugar.
Outra recordação é do desfile cívico de 7 de setembro em comemoração a Independência do Brasil. Desfilávamos garbosamente na Avenida Soares Lopes sob os aplausos do público. Existia uma disputa acirrada entre os Colégios (IME, CEAMEV, ESTADUAL, PIEDADE e AFONSO DE CARVALHO).
Muitos alunos tiveram a honra de ter estudado no IME, destacamos o Ex-Governador Paulo Souto.


Colaboração de Luiz Castro
Bacharel Administração de Empresa
Fespi, 1991