Demósthenes Berbert de Castro

Filho de Ilhéus, onde nasceu em 27 de janeiro de 1913, na Fazenda Pimenta, de propriedade de seu pai Ramiro Idelfonso de Araujo Castro, casado com Libuça Berbert de Castro. Demostinho, como era conhecido, tinha seis irmãos, Ramiro, Epaminondas, Gutenberg, Lindaura, casada com Amarílio de Carvalho Cavalcanti; Dejanira (Deja), casada com Mário Pessoa da Costa e Silva; Libuça, casada com Durval Leite Leal Ferreira, era o filho caçula, nasceu doze anos depois de Libuça.
Casou-se com Vitória Lima de Santana, nascida em Castelo Novo, com quem teve sete filhos, Elisabeth, Margaret, Ana Vitória, Demósthenes, Mery, Gutenberg e Ramiro.
Cacauicultor, advogado, formou-se na Faculdade de Direito da Bahia em 1935, aos 22 anos, nunca exerceu a profissão; jornalista, era correspondente dos jornais “A Tarde” e “Tribuna da Bahia”, e panfleteiro, publicava os panfletos com o título, “Creio em ti, meu São Jorge dos Ilhéus”.
Com tendência de esquerda, foi vereador pela ARENA, no governo de Herval Soledade, entre 1963/67, nesta época vereador não era remunerado.
Grande lutador em defesa de Ilhéus, e da sua coletividade, participava de todos os eventos em defesa da cidade, a construção da ponte Lomanto Junior; o Porto do Malhado, na sua inauguração foi quem fez o discurso de saudação ao Presidente da República, Emílio Garrastazu Médici;  grande incentivador das pesquisas do petróleo no município; da construção das estradas Pontal — Olivença, Una – Canavieiras, Pontal – Buerarema, e da manutenção da Estrada de Ferro de Ilhéus.
Em 1934 Juracy Magalhães, interventor da Bahia, mandava e desmandava no Estado. J. J. Seabra, Otávio Mangabeira e outros lançaram o “Movimento Autonomista” com o eslogan: “A Bahia ainda é a Bahia”. João Mangabeira veio a Ilhéus fazer um comício contra Juracy Magalhães. Gileno Amado, primo de Jorge Amado e irmão de Gilberto e Genolino, os irmãos Amado, prepararam uma vaia para João Mangabeira. Quando João começou a falar a vaia urrou, foi a maior confusão, virou tiroteio, Demostinho, líder dos estudantes contra Juracy, tentou se esconder embaixo de um carro, encontrando lá, já acoitado, Carlos Pereira Filho.
Amigo de infância de Jorge Amado, de quem também era muito íntimo, contava que Jorge aprendeu a dirigir num carro dele, um Ford Bigode, em 1930.
Foi homenageado por muitas autoridades, Lomanto Junior, Jorge Amado, Ministro Oliveira Brito, Ministro José Cândido de Carvalho Filho, Ministro dos Transportes Mário David Andreazza, no governo Médici, que o presenteou com sua caneta de ouro após assinar o contrato para a construção do primeiro cais definitivo do Porto do Malhado, justificando a sua atitude com as seguintes palavras: “Demósthenes, em reconhecimento pelo muito que você fez pela concretização desta obra, ofereço-lhe minha caneta de ouro para que, com ela, você não só assine, como testemunha, o contrato de hoje, como também a ata da inauguração do Porto do Malhado”.
Num de seus pronunciamentos disse: “Morrerei pelejando por São Jorge dos Ilhéus, terra heróica e opulenta, onde tive a suprema ventura de nascer!”, faleceu em Ilhéus em 13 de dezembro de 1987, onde está enterrado no Cemitério de Nossa Senhora da Vitória.