A convite da Câmara de Vereadores de Vera Cruz, o diretor da Secretaria do Planejamento (Seplan), Paulo Henrique de Almeida, participou nesta sexta-feira de uma audiência pública a fim de esclarecer a população sobre os projetos e impactos da ponte Salvador – Ilha de Itaparica.

Após explicar cada edital e apresentar o projeto baseado ainda em estudos iniciais resultantes do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), com estimativas de fluxo, traçado da ponte e vias complementares para veículos nas principais cidades, o diretor ouviu e respondeu as perguntas dos que estavam presentes, entre vereadores e membros da sociedade.

Os principais assuntos abordados foram voltados à infraestrutura dos municípios de Vera Cruz e Itaparica, que hoje contam com aproximadamente 60 mil pessoas, sendo que no verão, este número triplica.

Paulo Henrique esclareceu que problemas como a falta de água e energia, rede de esgoto precária, serviço de internet limitado e problemas nas áreas de saúde e educação não serão resolvidos em semanas ou poucos meses, contudo “Itaparica e Vera Cruz são tratadas hoje pelo Governo do Estado como prioridade máxima, mobilizando, inclusive, outros órgãos nas ações, tendo em vista que nunca, qualquer governo deu atenção à região”, afirmou.

De acordo com o diretor, “o último grande investimento turístico na ilha foi o Club Med, lá atrás na década de 70. O Litoral Norte já está com capacidade esgotada e agora temos oportunidade e necessidade de deslocar os recursos dos investidores para a ilha e recôncavo. Obviamente, haverá impactos, mas o retorno será bem maior, avalia “Paulo Henrique, ao observar que o conjunto de obras da ponte custará cerca de R$ 7 bilhões, mas o retorno previsto é de R$ 50 bilhões.

“Grande parte deste rendimento irá para os cofres dos municípios de Itaparica e Vera Cruz, que sairão da baixa arrecadação para um caixa milionário através do IPTU, do ISS, do incentivo no comércio, do fundo de participação dos municípios. Com o dinheiro entrando, são vocês, prefeitos e vereadores, que terão o poder de decidir as ações para melhorar a região”, alertou.

As prefeituras serão ainda responsáveis pela coordenação da execução dos projetos isolados que serão autorizados pelo Governo do Estado para os municípios. A proposta é que a empresa contratada para realizar os estudos monte escritórios em Itaparica, Vera Cruz e Salvador, a fim de obter melhor aproveitamento nos resultados.

Problemas e soluções – Um dos problemas apontados por alguns vereadores foi a falta regular de fornecimento de água, que agrava no verão quando a população de mais de 50 mil habitantes da ilha triplica. Para isto, a Secretaria do Planejamento (Seplan) e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) já estão mobilizadas tendo, inclusive, comprometimento da Embasa que já sinalizou o engenheiro responsável pelos estudos na região.

Entre projetos, editais, licitações e obras, estima-se ter um novo cenário hídrico em cerca de quatro anos. Uma das alternativas já cogitadas é disponibilizar duas fontes de água para a ilha, uma por Salvador e outra pela ponte do Funil.

A conexão com o continente por meio da ponte também pode ser a solução para escoar todo o esgoto de Vera Cruz e Itaparica, aproveitando a estrutura para direcionar os resíduos para os emissários submarinos da Boca do Rio e Vermelho.

A respeito dos transportes, Paulo Henrique de Almeida informou que a reforma do atracadouro de Mar Grande também é tida como prioridade pelo Estado, afinal, será ponto de acesso dos milhares de operários, fornecedores e demais envolvidos nas construções pelo menos nos próximos cinco anos.

Ele esclareceu também que a ponte não vai tirar os clientes das vans, mototáxis e lanchas que fazem a travessia marítima por Mar Grande. “É importante perceber que a ponte só vai ajudar a alavancar todos os segmentos, seja transporte, hotelaria, alimentação, saúde, mercado de trabalho, capacitação. Porém, será necessário melhorar os serviços. As vans, por exemplo, precisarão aumentar a frota, oferecer linhas diferenciadas. A economia só tende a crescer”, incentiva.

Outros problemas levantados, como impactos socioambientais, desapropriações de áreas e novas vias de trânsito só poderão ser respondidos a partir dos resultados dos estudos que estão em fase de licitação. Contudo, o diretor já antecipou a intenção do Governo do Estado de compensar possíveis danos causados a um trecho de corais próximo à cabeceira da ponte, com a implantação de 200 novos pesqueiros na região.

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Pablo Barbosa
Assessoria de Comunicação
Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia