O Dia Nacional de Alerta aos Planos de Saúde vai ser marcado na Bahia com a realização de um debate, às 14 horas, no auditório da Associação Bahiana de Medicina, em Ondina, aberto ao público.

O presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), Francisco Magalhães, explica que do evento organizado pela entidade vão participar OAB, Procon, ministérios públicos Estadual e Federal, Agência Nacional de Saúde e Associação das Donas de Casa. Ele explica que existe um clima geral de indignação da classe médica com os planos de saúde na Bahia e prevê, por conta disso, uma grande adesão ao movimento, exceto nos hospitais particulares, pressionados por pacotes e acordos individuais, avalia.

Na Bahia, há 1,4 milhão de beneficiários de planos de saúde, sendo 900 mil em Salvador. A mobilização atinge todos os planos, com exceção do Planserv.

Magalhães afirma que o objetivo do movimento, realizado nos últimos cinco anos, não é apenas tratar dos honorários médicos. Pretende debater também o gargalo na rede credenciada de atendimento.

O médico cita como exemplo sua especialidade, obstetrícia, para a qual não são encontradas vagas em leitos. “O atendimento ao parto torna-se um suplício para o médico e a parturiente. Esta, ao entrar em trabalho de parto, avisa ao médico e quando estes se encontram na emergência de um hospital, a informação é que não há vagas. Depois de várias tentativas, somos obrigados a recorrer à rede pública”, denuncia.

“Em outras especialidades como pediatria, cirurgia toráxica e anestesiologia não é possível mais encontrar médicos credenciados. E esta é a tendência para obstetrícia”, prevê Francisco Magalhães.

Ministro – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que o governo vai acompanhar a mobilização organizada pelos profissionais de saúde. “As operadoras não podem negar atendimento de urgência e emergência por conta de uma situação como essa”, frisou.

De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), em alguns estados os médicos credenciados cancelaram consultas agendadas “e casos de urgência e emergência não serão afetados”. “Na pauta de reivindicação constam itens que comprometem a qualidade da assistência em saúde oferecida aos quase 50 milhões de usuários dos planos de saúde”, informou o CFM.


Marjorie Moura e agência
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