MAIS UM VERÃO DESPERDIÇADO
Chegamos à primavera. Não que o nosso inverno seja ruim mas, por esse ano, deu o que tinha que dar. Coisas da mãe natureza. Logo logo chega o verão.
Será mais um verão desperdiçado, no sentido de aproveitamento do vasto potencial turístico da cidade.
O potencial de Ilhéus continuará sendo subaproveitado e prevalecerá o amadorismo. O atendimento nas lojas, bares, cabanas e restaurantes continuará o pior possível, a cidade suja e os turistas queixosos, prometendo não retornar. Verdadeiro desperdício.
Não precisamos ir longe para aprender a forma de tratar o turismo como uma atividade econômica lucrativa. Itacaré, aqui do lado, pode nos ensinar alguma coisa. Porto Seguro, também perto, é referência em turismo no Nordeste. Convenhamos, não é nenhum bicho de sete cabeças. O principal (e mais difícil) já temos: o belíssimo litoral e outras incríveis belezas naturais, a história, o grande Jorge Amado e o que ainda se mantém preservado da arquitetura antiga. Nos faltam o discernimento e a vontade de deslanchar. Nos falta, por exemplo, um restaurante num local paradisíaco, com uma das melhores vistas panorâmicas da cidade, mas que não seja “só para os amigos”. Nos falta o tino do comércio, para percebermos que não estamos fazendo nenhum favor ao cliente, seja turista ou nativo, pois é ele quem paga o sustento do comerciante e dos seus empregados. Nos falta deixar de lado o olho grande e cobrarmos preços justos e competitivos pelas mercadorias vendidas. Nos falta acabar com a mesquinharia de quem não tem a menor visão de negócio quando alega que “não aceito cartão porque as taxas são altas”. Isso é ridículo, totalmente amador, pensamento tacanho de quem não consegue sequer raciocinar o consequente aumento nas vendas.
Enfim, nos falta aprender que ainda existe vida sem o cacau…
Nilson Pessoa
Prezado Nilson Pessoa
Acompanho sempre seus artigos, sobre nossa cidade no dia adia. Realmente todas bem fundamentadas, Agora abro este parenteses, para te parabenizar mais claramente.
Este assunto abordado por você, é também para mim de suma importância, e até hoje , não entendo porque os nossos comerciantes na sua maioria, não estão nem aí, para a competitividade, e tão pouco pelo crescimento do faturamento no aumento das vendas. Pra maioria deles, é vender caro e pouco, e ainda tratar os clientes com indiferença.
Quando os ilheense procuram o comércio na nossa querida e vizinha cidade – Itabuna – ficam reclamando e fazendo propaganda de bairrismo, principalmente nas festas de fim de ano e datas comemorativas.
Por sua vez, o poder público, anda capengando, para acertar o passo neste sentido. Portanto, muito oportuno sua matéria.Parabéns.
Rezende
Senhor Nilson,
Em primeiro lugar quero parabenizar-lhe pelas colocações pertinentes apresentadas na sua matéria.
Sou ilheense de nascimento e morei um longo período aí em Ilhéus; mais precisamente até os meus 20 anos.
Atualmente resido em Aracaju/SE há 26 anos, portanto hoje, mais sergipano do que propriamente baiano!
Pois bem, quando cheguei aqui em Aracaju, a cidade era o que costumamos chamar no popular; uma província. No entanto, nesta cidade aconteceu uma grande revolução, principalmente no setor turístico. De uns 20 anos pra cá, vem se modernizando bastante a ponto de ter se tornado a melhor opção para os baianos de Salvador e adjacências.
Aracaju segue a sequência natural de como as coisas devem acontecer; em rítimo sempre crescente e modernizado.
Já com a nossa querida Ilhéus, o processo é totalmente inverso; Ilhéus que já foi uma das melhores cidades para se viver, quiçá até mesmo no Brasil, hoje se encontra nessa situação ridícula, de total abandono.
Confesso que sentia muita vergonha e constrangimento quando “INDICAVA” algum amigo para conhecer a minha cidade e dos muitos que aceitaram a minha sugestão, retornavam fazendo grandes elogios, mas não a Ilhéus; a Itacaré!
Seria cômico se não fosse trágico!
É isso.
Caro Raimundo,
Conheço a bela Aracaju e tenho parentes que lá residem por opção.
Não vou fazer meus comentários comparativos entre as duas cidades, os comentários dos meus parentes quando chagam aqui pra me visitar são, por si só, suficientes. Eles classificam Ilhéus como “a cidade turística que não é turística”.
Nilson Pessoa.
Caro Nilson,
Procuro sempre e incansavelmente demonstrar o meu carinho e orgulho pela nossa cidade; espero também que a mesma me retribua!
Ilhéus para mim é uma linda mulher; mas sem orgulho e nem um “pingo” de vaidade!
Grande abraço conterrâneo!
Raimundo
Hino de Ilhéus – BA
De todos os amores que eu já tive
Você foi o meu primeiro
Ilhéus, minha cidade, minha terra
Meu orgulho, meu amor
Alguém já contou nossa história
Mostrando São Jorge dos Ilhéus
Com cheiro de cravo e canela
Com o ouro do nosso cacau
E um céu tão azul
Essas praias tão lindas, morenas, não tem nada igual
Nossa gente vai cantar
Pra você esta canção
Vai louvar, vai festejar
A sua renovação
Porque a cada dia que se passa
Vai crescendo essa certeza
De todas as riquezas de Ilhéus, a nossa gente é a maior
Juntos vamos caminhando
Juntos vamos construir
Novas histórias de glória
Pra meu São Jorge dos Ilhéus
Terra de grande passado, que faz no presente um futuro melhor.