Dessa vez não estou disposto a tirar fotos do Lixão do CAIC. Não dá. As imagens são humilhantes e degradantes demais. Além disso, da última vez, o fedor insuportável dos restos de um bovino abatido me fizeram passar mal. Hoje preferi evitar.

Ao acessar os blogs de notícias locais, não se fala em outra coisa: o assunto é o lixo acumulado em inúmeras áreas públicas da cidade e a ausência da prefeitura na limpeza. Num país sério, gestor que fecha os olhos a esse gravíssimo problema de atentado à saúde pública é deposto, processado e preso. O dano não é só à saúde da população, é também ao meio ambiente e à moral de quem é obrigado a conviver com tamanha indecência e irresponsabilidade.
Claro, a população tem sua culpa, mas é desprovida de discernimento, educação doméstica básica, boas maneiras e civilidade. E vai continuar assim enquanto o poder público, seja de que esfera for, não tratar de dar subsídios para que, a longo prazo, futuras gerações aprendam o certo. É a palavra mágica “Educação”.

Já viu político pensar em “Educação” e “longo prazo”?  Talvez o educador Cristóvão Buarque, mas andorinha solitária não faz verão.

O Natal se aproxima. Já imagino inúmeras famílias vizinhas ao Lixão do CAIC abrindo mão da tradicional ceia em casa e debandando para residências de amigos que ainda têm sorte de morar longe do raio de ação de algum lixão.

Seguimos assim para mais um Natal, estarrecidos e indignados com tão execrável e perdurante absurdo. 

Nilson Pessoa