ESPERA DIFÍCIL

…ESPERA DIFÍCIL…
Fico profundamente decepcionado quando ouço uma autoridade municipal enfatizar que “não é obrigação da Prefeitura recolher entulho depositado em vias públicas”. Já ouvi duas vezes nos últimos tempos, de duas diferentes autoridades. Podiam passar sem isso.
Pra falarem, é claro que estão embasados em lei ou teoria. Só esquecem que, muitas vezes, na prática a teoria é outra (aí entra o famoso feeling). Afinal, se o povo erra e persiste no erro, alguém tem que consertar/ensinar/punir. Na minha cabeça, nessa questão específica de lixo e entulho, tomar as rédeas da bagunça, arrumar a casa e impor a ordem é e sempre foi obrigação dos gestores municipais, independente de qualquer teoria. E isso já era pra ter sido feito há muito tempo.
Ademais, imagine uma cidade-balneário com pretensões de se transformar em cidade turística, coberta de lixo e entulho? Não viraria cidade turística nunca, e, dentre os muitos que sairiam perdendo, estaria a própria Prefeitura, que deixaria de arrecadar mais não só com o turismo, mas com outros diversos tipos de negócio.
Imagine uma cidade coberta de entulho: um gigantesco foco de dengue e inúmeras doenças. Estouraria o orçamento da saúde municipal, nada bom para os cofres da Prefeitura.
Dizer que vai “resolver, mesmo sem ter a obrigação” é no mínimo feio, muito feio. Soa como um “não é nossa obrigação, mas podemos quebrar o galho de vocês, plebeus”.
Por falar em “resolver”, que venha logo esse tal “faxinaço” e que não seja apenas mais uma medida paliativa. A foto mostra a atual situação do lixão do CAIC, apenas um dentre tantos espalhados por aí. Mais da metade da largura da via tomada pelo lixo, em toda sua extensão de cento e poucos metros. Um absurdo de décadas e cheio de culpados, muitos pela ação depredadora e alguns pela omissão conservadora.
Nilson Pessoa