As baianas de acarajé, um dos maiores símbolos culturais da Bahia e patrimônio imaterial do Brasil, a partir de agora poderão se aprimorar com um curso de Manipulação de Alimentos e Gestão Básica na Universidade Católica de Salvador (Ucsal).

Protocolo de Intenções neste sentido foi assinado nesta quinta-feira (3) entre a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e a Ucsal, no auditório inferior do Campus de Pituaçu. As baianas interessadas devem procurar a Associação de Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (ABAM) para fazer a inscrição.

Secretário Álvaro Gomes lembrou que a iniciativa fortalece ainda mais a importância que a baiana de acarajé tem na cultura da Bahia. “Inicialmente serão três turmas de 20 baianas, serão beneficiadas 60, mas queremos ampliar para atender muito mais. Nosso objetivo é fazer outras ações com a Universidade Católica, inclusive implantando aqui no Campus de Pituaçu um posto do SineBahia”.

O Reitor da Ucsal, Padre Maurício Ferreira, lembrou a importância da figura da baiana do acarajé na Bahia, segundo ele “símbolo da nossa própria vida” e destacou que a parceria com a Setre chega numa hora certa, em um momento que a Universidade abre suas portas para a sociedade.

“Queremos contribuir para que essas mulheres que sustentam suas famílias vendendo seus deliciosos quitutes tenham noções gerais de manuseio e segurança de alimentos, seguindo as regras sanitárias, obedecendo a Lei”, explicou..

Padre Maurício anunciou ainda, que vai publicar um edital convocando alunos dos cursos de Nutrição, Engenharia, Arquitetura e Administração para o desenvolvimento de um tabuleiro especial, seguindo as especificações exigidas pela nova legislação.

Fortalecimento
O Protocolo prevê uma série de programas e atividades como treinamento de recursos humanos, planejamento e desenvolvimento nas áreas de ensino, pesquisa e extensão.

“As noções de higiene e manuseio vão ajudar no fortalecimento dos negócios das baianas. Além disso, a Setre e a Ucsal vão lançar um selo de qualidade e todas as baianas que participarem do curso poderão estampar este selo em seu tabuleiro”, destacou o Coordenador do Núcleo de Práticas de Empreendedorismo da Ucsal.

O coordenador de Microfinanças da Setre, Weslen Moreira lembrou que o curso é oferecido gratuitamente e integra outras ações de valorização da atividade como o pedido junto ao Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) para que o “ofício” das Baianas de Acarajé seja incluído na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

“As baianas são um exemplo de empreendedorismo e por este motivo a Setre oficalizou, junto ao Ministério do Trabalho e Previdência Social, pedido para a realização de estudos para o reconhecimento da profissão com a sua inclusão na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Sabemos que o ministro Miguel Rossetto prometeu apressar o processo e até o inicio do próximo ano esta situação estará resolvida”, lembrou.

A presidente da ABAM, Rita Santos festejou a realização do curso, dizendo que a questão de higiene e manuseio dos alimentos é um problema antigo que agora com este curso pode ser resolvido.

“Agora vamos poder dizer que as baianas de acarajé também passaram pela Universidade. Inicialmente 60 baianas serão atendidas, mas claro que teremos outras turmas. Se metade das nossas associadas forem beneficiadas já será uma vitória”, pontuou.

Rita Santos também destacou a luta junto ao ministério pela inclusão das baianas de acarajé na classificação brasileira de Ocupações. “Agora podemos dizer que temos uma profissão, festejou Rita, sendo aplaudida por dezenas de baianas que lotaram o auditório inferior da Ucsal, em Pituaçu”.