O IMORTAL MARCELO CÂMARA

Informamos, com orgulho, a ascensão do colega Marcelo Câmara ao mundo das letras. Parabéns dos Editores e demais Ceplaqueanos que conviveram com ele em sua passagem profícua pela CEPLAC, Brasília.

 

DIA DO MEIO AMBIENTE

Ewerton Almeida

Ontem foi o DIA DO MEIO AMBIENTE!

Alguém viu algum Movimento dos Ambientalistas sobre o TERRORISMO BIOLÓGICO que foi a introdução criminosa da Vassoura de Bruxa, acobertado pelos governos petistas no Sul da Bahia?

TERRORISMO BIOLÓGICO que tem nome e endereço e que gerou 300 mil desempregos diretos, que promoveu a fuga do campo (fenômeno do êxodo rural) de quase um milhão de pessoas e que mergulhou a região num caos ambiental, social, econômico e financeiro!

Alguém viu algum time de “ambientalistas” em campo a reclamar da situação de mananciais desaparecendo, manguezais ultra poluídos, riachos e córregos já em extinção, rios d’antes piscosos e volumosos virando riachos ou depósitos de esgotos ou dejetos outros, devidos a introdução criminosa da terrível praga da vassoura de bruxa – TERRORISMO BIOLÓGICO?

A maioria dos movimentos ambientalistas, é na verdade, UMA MENTIRA SÓ!

VISÃO DIVERSIFICADA DA MONOCULTURA DO CACAU

Luiz Ferreira da Silva

Através dos estudos pedológicos, na década de 1960, quando iniciei a minha carreira profissional na CEPLAC, dentre as paisagens fisiográficas e respectivos solos, chamou-me a atenção uma expressiva planície que margeia toda costa do sul da Bahia, discrepando da zona do cacau, sobretudo pela sua topografia praticamente plana.

Tratava-se das famosas terras avistadas por Cabral e que mereceu empolgação do Pero Vaz Caminha, quando escreveu: – “aqui, em se plantando tudo dá”. Então, éramos dois a creditar no potencial daquelas terras, praticamente em desuso, agredidas pelo desmatamento e pela implantação de pastagens sem o devido manejo, deteriorando o solo.

Se naquele momento o mote era as terras que serviam para plantar cacau – solos com fertilidade média a alta; relevo de colinas e morros, presença de “boulders”; declives acentuados e “covoados” úmidos, compatíveis àquela agricultura não mecanizada, os solos de tabuleiros poderiam contemplar outro tipo de agricultura, a que preconizava o uso de máquinas agrícolas, na visão de quebrar o estigma da monocultura cacaueira, diversificando a economia da região.

E foi com esse intuito que a CEPLAC e, com base nas pesquisas de solos, investiu num programa de diversificação de culturas, na expectativa de quebrar a dependência exclusiva do cacau e promover novos polos de desenvolvimento agrícola.

Primeiramente, instalando em Barrolândia (Santa Cruz de Cabrália) a Estação Experimental Gregório Bondar, visando desenvolver pesquisas com cultivos indicados, como dendê, seringueira, guaraná, cana-de-açúcar, citrus, mandioca, dentre outros. Seria como quê um Jardim Tropical.

Para impulsioná-la, sob a orientação do Dr. Kozen Igue (im), conduzi o Projeto Tabuleiro, que conseguiu angariar fundos junto à SUDENE e ao FINEP. Mais tarde, a cooptação da Secretaria de Indústria e Comércio do Governo Federal, via o Professor Bautista Vidal, interessado no desenvolvimento de uma matriz energética. Em razão do mau uso dos solos com as pastagens de baixo desfrute, a CEPLAC instalou a Estação Zootécnica de Itabela, atrelado a um convênio com o CIAT (Centro Internacional de Agricultura Tropica) que vinha desenvolvendo pesquisas com gramíneas e leguminosas em regiões assemelhadas da Colômbia.

Com a preocupação da conservação florestal, foi adquirida a Estação de Pau Brasil em Porto Seguro, também para estudos com espécies florestais.

Ademais, a Estação de Una (Estação Experimental Lemos Maia) para palmáceas, sobretudo coco e dendê, importando-se matrizes de ambos os cultivos da Costa do Marfim.

Na época, a CEPLAC lançou o PROCACAU, um plano de expansão da cacauicultura e replantação dos cacauais velhos, programa eivado de recursos e incentivos que, logicamente, atraiu aos empreendedores da região, além da sua arraigada tradição com a lavoura.

E, também, havia certa resistência dos cacauicultores, pois argumentavam que a CEPLAC estava desviando dinheiro do cacau para outros cultivos. E os tabuleiros ficaram no “regra três”.

O tempo passou, veio o debacle da cacauicultura com a introdução da vassoura-de-bruxa e novos empreendedores, sobretudo de Estados contíguos, Minas e Espírito Santo, passaram a mirar os tabuleiros com outros olhos. Talvez em função do “boom” dos cerrados, solos pobres como os tabuleiros, que eram considerados imprestáveis para a agricultura e, que de repente, com as pesquisas da EMBRAPA, passou a colocar o Brasil no epicentro da produtividade de grãos no mundo.

Com satisfação, vejo hoje o Extremo Sul da Bahia, no mesmo caminho,  resgatando o desmatamento irracional procedido em épocas passadas, com a implantação de grandes projetos agropecuários com alta tecnologia, auferindo excelentes produtividades, a exemplo do eucalipto, cacau irrigado, café e cana-de-açúcar, suplantando a região do cacau que já fora o sustentáculo de todo o sudeste da Bahia.

O DIAMANTE

Crônica de Fernando Sabino

Em 1933 Jovelino, garimpeiro no interior da Bahia, concluiu que ali não havia mais nada a garimpar. Os filhos viviam da mão pra boca, Jovelino já não via jeito de conseguir com que prover o sustento da família. E resolveu se mandar para Goiás, onde Anápolis, a nova terra da promissão, atraía a cobiça dos garimpeiros de tudo quanto era parte, com seus diamantes reluzindo à flor da terra. Jovelino reuniu a filharada, e com a mulher, o genro, dois cunhados, meteu o pé na estrada.

Longa era a estrada que levava ao Eldorado de Jovelino: quase um ano consumiu ele em andança com a sua tribo, pernoitando em paióis de fazendas, em ranchos de beira caminho, em chiqueiros e currais, onde quer que lhe dessem pasto e pousada.

Vai daí Jovelino chegou aos arredores de Anápolis depois de muitas luas e ali se estabeleceu, firme no cabo da enxada, cavando a terra e encontrando pedras que não eram diamantes. Daqui para ali, dali para lá, ano vai, ano vem, Jovelino existia de nômade com seu povinho cada vez mais minguando de fome. Comia como podia — e não podia. Vivia ao deus- dará — e Deus não dava. Quem me conta é o filho do fazendeiro de quem Jovelino se tornou empregado:

— Ao fim de dez anos ele concluiu que não encontraria diamante nenhum, e resolveu voltar com sua família para a Bahia onde a vida, segundo diziam, agora era melhorzinha. Não dava diamante não, mas o governo prometia emprego seguro a quem quisesse trabalhar.

Jovelino reuniu a família e botou pé na estrada, de volta à terra de nascença, onde haveria de morrer. Mais um ano palmilhado palmo a palmo em terra batida, vivendo de favor, Jovelino e sua obrigação, de vez em quando perdendo um, que isso de filho é criação que morre muito. Foi nos idos de 43:

— Chegou lá e se instalou no mesmo lugar de onde havia saído. Governo deu emprego não. Plantou sua rocinha e foi se aguentando. Até que um dia…

Até que um dia de noite Jovelino teve um sonho. Sonhou que amanhava a terra e de repente, numa enxadada certeira, a terra escorreu… A terra escorreu e aos seus olhos brilhou, reluziu, faiscou, resplandeceu um diamante soberbo, deslumbrante como uma imensa estrela no céu — como uma estrela no céu? Como o próprio olho de Deus! Jovelino olhou ao redor de seu sonho e viu que estava em Anápolis, no mesmo sítio em que tinha desenterrado a sua desilusão.

E para lá partiu, dia seguinte mesmo, arrastando sua cambada. Levou nisso um entreano, repetindo pernoites revividos, tome estrada! Deu por si em terra de novo goiana. Quem me conta é o filho do fazendeiro:

— Você precisava de ver o furor com que Jovelino procurou o diamante de seu sonho. A terra de Goiás ficou para sempre revolvida, graças à enxada dele. De vez em quando desmoronava, Jovelino ia ver, não era um diamante, era um calhau. Até que um dia…

— Encontrou? — perguntei, já aflito.

— Encontrou nada! Empregou-se na fazenda de meu pai, o tempo passou, os filhos crescidos lhe deram netos, a mulher já morta e enterrada, livre dos cunhados, os genros bem arranjados na vida. Um deles é coletor em Goiânia.

O próprio Jovelino, entrado em anos, era agora um velho sacudido e bem disposto, que tinha mais o que fazer do que cuidar de garimpagens. Mas um dia não resistiu: passou a mão na sua enxada, e sem avisar ninguém, o olhar reluzente de esperança, partiu à procura do impossível, do irreal, do inexistente diamante de seu sonho.

O PENSAMENTO DA SEMANA

As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo. Epicuro

A POESIA DA SEMANA

QUASE

Mário de Sá-Carneiro

Um pouco mais de sol – eu era brasa,

Um pouco mais de azul – eu era além.

Para atingir, faltou-me um golpe de asa…

Se ao menos eu permanecesse aquém…

 

Assombro ou paz? Em vão… Tudo esvaído

Num grande mar enganador de espuma;

E o grande sonho despertado em bruma,

O grande sonho – ó dor! – quase vivido…

 

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,

Quase o princípio e o fim – quase a expansão…

Mas na minh’alma tudo se derrama…

Entanto nada foi só ilusão!

 

De tudo houve um começo … e tudo errou…

— Ai a dor de ser — quase, dor sem fim…

Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,

Asa que se elançou mas não voou…

 

Momentos de alma que, desbaratei…

Templos aonde nunca pus um altar…

Rios que perdi sem os levar ao mar…

Ânsias que foram mas que não fixei…

 

Se me vagueio, encontro só indícios…

Ogivas para o sol — vejo-as cerradas;

E mãos de herói, sem fé, acobardadas,

Puseram grades sobre os precipícios…

 

Num ímpeto difuso de quebranto,

Tudo encetei e nada possuí…

Hoje, de mim, só resta o desencanto

Das coisas que beijei mas não vivi…

 

Um pouco mais de sol — e fora brasa,

Um pouco mais de azul — e fora além.

Para atingir faltou-me um golpe de asa…

Se ao menos eu permanecesse aquém…

 

A PIADA DA SEMANA

Um brasileiro está calmamente tomando o café da manha quando um americano típico, mascando chicletes, senta-se ao lado dele. O brasileiro ignora o americano que, não se conformando, começa a puxar conversa: – Americano: Você come esse pão inteirinho? – Brasileiro (de mau humor): Claro. – Americano: Nós não. Nós comemos só o miolo, a casca nos vamos juntando num container, depois processamos, transformamos em croissant e vendemos para o Brasil. O brasileiro ouve calado. – O Americano insiste: Você come esta geleia com o pão? – Brasileiro: Claro. – Americano: Nós, não. Nós comemos frutas frescas no café da manha, jogamos todas as cascas, sementes e bagaços em containers, depois processamos, transformamos em geleia e vendemos para o Brasil. – Brasileiro: E o que vocês fazem com as camisinhas depois de usadas? – Americano: Jogamos fora, claro! – Brasileiro: Nós, não. Vamos guardando tudo em containers, processamos, transformamos em chicletes e vendemos para os Estados Unidos.

 

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