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INDÚSTRIA DA SECA – 2.

por JUVENTINO RIBEIRO 

“Durante a ditadura militar, implantada em 1964, o uso da SUDENE foi desviado dos objetivos iniciais, sendo considerada uma entidade que, além de não realizar os fins a que se propunha, era um foco de corrupção. Por conta disso e após uma sucessão de escândalos, em 1999 a imprensa iniciou um debate sobre a existência do órgão, extinto finalmente em 2001 por Fernando Henrique Cardoso e reimplantada em janeiro de 2007, pelo Governo Lulla” (Wilkipedia).

Em 1890 Rodolfo Teófilo Esquina, historiador e escritor, um dos fundadores da Academia Cearense de Letras, escreveu o livro A Fome, no qual descreveu com exacerbado realismo os horrores da Grande Seca de 1877:

A peste e a fome matam mais de 400 por dia! O que te afirmo é que, durante o tempo em que estive parado em uma esquina, vi passar 20 cadáveres: e como seguem para a vala, faz horror! (…) E as crianças que morrem nos abarracamentos, como são conduzidas!

Pela manhã, os encarregados de sepultá-las vão recolhendo-as em um grande saco e, ensacados os cadáveres, é atado aquele sudário de grossa estopa a um pau e conduzido para a sepultura. Metade da população do Ceará, que tinha 800 mil habitantes.

Sinalizando preocupação com a drástica situação do Nordeste, os promulgadores da constituição republicana de 1889, fizeram nela constar dispositivo que instituía um percentual do orçamento da União destinado a ações orientadas à prevenção e minoração das consequências das longas estiagens.

Nas décadas que se seguiram foram tomadas diversas providências. Em 1909 foi criada a IOCS-Inspetoria de Obras Contra as Secas, embrião de outras entidades criadas visando a implantar medidas paliativas ao combate aos maléficos efeitos das secas.

O desespero dos retirantes da seca era estarrecedor e, sem opção, vagueando rumo ao desconhecido, chegavam às cidades. A fome, a falta de higiene e toda espécie de doenças decorrentes era uma constante ameaça à população urbana. Essa caótica situação levou o Governo do Ceará, em 1915, a criar verdadeiros campos de concentração nas periferias das cidades para impedir a migração. A fome e a falta de higiene provocaram um quadro trágico, segundo relatos da professora Kênia Rios, doutora em História pela Pontifícia Universidade (PUC) de São Paulo:

“Eram locais para onde grande parte dos retirantes foi recolhida a fim de receber comida e assistência médica. Não podiam sair sem autorização dos inspetores do campo. Ali ficavam retidos milhares de retirantes a morrer de fome e doenças”.

A IOCS mudaria de nome por duas vezes, passando a ser, em 1945, o DNOCS-Departamento Nacional de Obras Contra Secas. A seguir, em dezembro de 1948, foi criada a CODEVASF para cuidar do desenvolvimento do vale do Rio São Francisco e do Rio Parnaíba. Em julho de 1952 foi criado o BNB-Banco do Nordeste Brasileiro, que cuidaria da liberação de financiamentos para as regiões abrangidas pelas estiagens.  Em dezembro foi criada a SUDENE, idealizada pelo economista Celso Furtado, com a missão de de “promover o desenvolvimento includente e sustentável de sua área de atuação e a integração competitiva da base produtiva regional na economia nacional e internacional” (… continua na parte 3 – última).

PARA LER A PARTE 1 CLIQUE AQUI.

2 respostas para “INDÚSTRIA DA SECA – 2.”

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