Logo 28 de JulhoAos sete dias do mês de dezembro do ano de dois mil e quinze, a Loja Maçônica 28 de Julho, de Itabuna-Bahia, vem mais uma vez a público, sempre respaldada pela sua soberana assembleia, manifestar o seu inconformismo com a atual situação governamental do Brasil.

Esta Loja Maçônica não adota posicionamentos político-partidários, por força de seus princípios basilares e em respeito à legislação maçônica específica, bem como não toma atitudes com fulcro em falsas ideologias que somente servem para acobertar interesses escusos.

Cumpre ainda esclarecer que a sua augusta assembleia não se pronuncia em nome da maçonaria brasileira ou universal, não envolvendo também sua potência maçônica, vez que não se encontra autorizada para tanto. Convém ressaltar, porém, que se trata de Loja regular jurisdicionada ao Grande Oriente do Estado da Bahia e federada ao Grande Oriente do Brasil.

Frisa-se que desde a primeira carta aberta desta Loja, amplamente divulgada, e mesmo antes dela, vê-se a erupção contínua de escândalos todos os dias reportados pelos órgãos da imprensa nacional, enodoando a nossa Pátria perante o mundo e envergonhando os cidadãos honestos e trabalhadores que, perplexos, assistem a uma verdadeira inversão de valores morais e sociais, sob o aplauso dos apaniguados de um sistema que pretende se perpetuar no Poder a qualquer custo.

Não bastasse a sangria do erário, num montante praticamente incalculável e que se espalhou por diversos órgãos do Poder central e em diferentes níveis, como nunca se viu nesta Nação, ainda se assiste a um desgoverno que vem deteriorando uma estabilidade econômica conquistada às duras penas, e, em via de consequência, fazendo ressuscitar uma cultura inflacionária perversa, associada a uma recessão econômica avassaladora, com previsões nada alvissareiras de mais arrocho fiscal, achatamento de salários e majoração do número de desempregados.

Durante muito tempo se ouviu um falso discurso de que os casos de corrupção somente passaram a ter visibilidade, porque o Governo Federal estava ordenando as apurações, processamentos, condenações e consequentes prisões, o que antes era abafado pelos governantes. Esse discurso fazia Montesquieu se retorcer dentro do seu sepulcro, pois dava uma aparência brutal de dissolução da tripartição dos Poderes. Felizmente o falso discurso desapareceu, desmascarado pelo denodo de policiais federais em ação conjunta ao Ministério Público que a cada dia se aproximam mais do alto escalão federal.

Rende-se, portanto, as justas homenagens àqueles destemidos e às destemidas que estão passando a limpo o País, com direcionamento especial ao Digníssimo Juiz Federal, cujo nome deve-se declinar, posto ser por demais conhecido de todos. Ressalta-se que o processamento da operação denominada “Lava-Jato” vem sendo conduzido de forma exemplar, razão pela qual se conclui, por outro lado, que outros magistrados existem com idêntica envergadura e que honrarão a sua toga, igualmente processando e condenando os usurpadores do dinheiro público, sejam eles da iniciativa privada ou da vida pública.

Outrossim, espera-se que a população brasileira não perca as esperanças nem a capacidade de se indignar com os atos levianos praticados pelos encarregados de bem conduzir o Brasil, mediante a outorga conferida única e exclusivamente pelo povo, através do voto. A população necessita adquirir a consciência plena de que o Poder lhe pertence de forma exclusiva e que os governantes não passam de mandatários, eleitos para o exercício representativo e temporário do gerenciamento da coisa pública. Sendo o povo o legítimo e natural detentor dos Poderes constituídos na esfera eleitoral, pode deles dispor, outorgando ou destituindo mandatos, dependendo apenas da linha de conduta dos seus mandatários.

Por tudo quanto exposto neste manifesto, a Loja Maçônica 28 de Julho vem ratificar o seu total REPÚDIO, já externado em carta aberta anterior, a todo e qualquer ato de lesa-pátria, em defesa da cidadania brasileira, hipotecando o seu apoio à POLÍCIA FEDERAL, ao MINISTÉRIO PÚBLICO, à JUSTIÇA FEDERAL e à SUPREMA CORTE, em sua árdua tarefa de punir os dilapidadores do patrimônio público.

 José Rebouças Souza

 Venerável Mestre