Morre ex-diretor do IPAC, arquiteto Frederico Mendonça
O arquiteto baiano Frederico Rodrigues da Costa Mendonça faleceu hoje (25) pela manhã no Hospital Jorge Valente, em Salvador. Ele respondeu pela direção geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), de 2007 a 2014. O IPAC é vinculado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA). O sepultamento ocorrerá às 15:30h de hoje (25) no Jardim da Saudade, bairro de Brotas, em Salvador.
Na gestão de Frederico Mendonça à frente do IPAC, foram finalizadas as obras do Programa Monumenta em Cachoeira, São Félix (Recôncavo baiano) e Lençóis (Chapada Diamantina) com a entrega da restauração de 80 imóveis, monumentos, igrejas e outras edificações religiosas, além de ruas, praças e as orlas de São Félix e Cachoeira urbanizadas. Foram ainda entregues as restaurações de monumentos considerados âncoras do CHS, via Programa de Desenvolvimento Turístico do Nordeste – Prodetur 2/MTur/SETUR, entre os quais o Palácio Rio Branco – sede da SECULT-BA, as igrejas de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, do Pilar e do Boqueirão, e a Casa das Sete Mortes.
REGISTROS e TOMBAMENTOS
Na gestão de Frederico no IPAC também foram aprimorados os processos de proteção legal aos bens culturais, regularizando processos de tombamento provisório que já datavam mais de 30 anos, como a Igreja de Brotas. De 2007 a 2014, totalizaram-se 08 (oito) registros de Bens Culturais Imateriais baianos, como Carnaval de Maragojipe, Festa da Boa Morte, Festa de Santa Bárbara, Desfile dos Afoxés, e os Ofícios da Baiana de Acarajé e do Vaqueiro, dentre outros, e tombamentos de 44 (quarenta e quatro) edificações de importância arquitetônica e histórica para o Estado, dentre as quais o conjunto arquitetônico-urbanístico da Cidade de Wagner.
Na capital baiana, destacam-se os tombamentos dos Edifícios Oceania, na Barra, Caramuru, no Comércio, Sulacap e A Tarde, na Praça Castro Alves, a Associação dos Empregados do Comércio, na Rua Chile, o Hotel da Bahia, no Campo Grande, o Hospital Aristides Maltez, em Brotas, o Cine-Teatro Jandaia na Baixa dos Sapateiros, dentre outros. Entre 2007 e 2014, também, foi realizado o Concurso Nacional de Ideias para a Recuperação dos Largos do Pelourinho, tombados como Patrimônios Culturais da Bahia os centros históricos de Caetité e Cipó, além de iniciadas as reformas completas do Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM/Solar do Unhão. Na sua gestão, o IPAC passou por reformulação administrativa, quando foram desmembradas e criadas novas diretorias, coordenações e gerências.
CONDER e IPHAN – Frederico fez graduação e mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Depois fez especialização em Gestão Ambiental na Universidade de Bradford (Inglaterra), e Urbanismo e Ordenamento Territorial no Instituto de Urbanismo da Universidade de Paris XII (França). De 1991 até 2003 atuou na Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia – CONDER da Secretaria de Urbanismo do Estado da Bahia (SEDUR) e, ainda em 2003, torna-se Superintendente da 7ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN/Bahia, órgão federal vinculado ao Ministério da Cultura (MinC). Em junho de 2004 volta a CONDER, na UEP – Unidade Executora de Projetos do Programa Monumenta do IPHAN/Ministério da Cultura (MinC), assumindo a direção geral do IPAC em janeiro de 2007. O arquiteto teve artigos publicados em revistas de circulação nacional, especializadas em Arquitetura e Urbanismo.
O IPAC foi fundado em 13 de setembro de 1967, durante o governo de Luiz Viana Filho, através da Lei Nº 2.464, e regulamentado pelo Decreto nº 20. 530 de 03 de janeiro de 1968. O Instituto atua de forma integrada e em articulação com a sociedade e os poderes públicos municipais e federais, na salvaguarda de bens culturais tangíveis e intangíveis e na política pública estadual do patrimônio cultural. Acesse www.ipac.ba.gov.br, facebook ‘Ipacba Patrimônio’, twitter ‘@ipac_ba’ e instagram ‘@ipac.patrimonio’.