Muitos pensadores, dentre eles Jacques Derrida, debatem a amizade e a comunidade como ponto central de suas obras. Tal se dá como tentativa de recuperar o político “dentro” e para “a” comunidade, repensando e reconstruindo-o junto com a democracia. Desse modo, a amizade seria deslocada da esfera privada, da intimidade – local para o qual foi banida – que alargou a amizade e a esvaziou do político – para o mundo, o público, a comunidade. Pode-se de modo geral explicar, por exemplo, a história da fraternidade nos sistemas sociais como uma história atravessada e assinalada a todo o momento por contínuos movimentos paradoxais, de diferenciações crescentes da comunidade e de crescentes tendências de recomposições unitárias. Então, como o lugar da ambivalência por excelência. Representa assim tanto o espaço da solidariedade como aquele da inimizade e da rivalidade.
O espaço de Caim: a expressão bíblica “irmãos inimigos” pode ser entendida tanto no sentido que se é inimigo não obstante seja irmão, quanto de que se é inimigo justamente por serem irmãos.
É possível questionar sobre a importância e até mesmo sobre a necessidade de falar em fraternidade. Mais, a capacidade de relacionar fraternidade à teoria e a prática da política também se perdeu. Na verdade, estudar as relações entre fraternidade e política nunca foi considerado um tema atrativo. A liberdade e a igualdade aparecem com frequência nos debates, mas a fraternidade sempre esquecida. Tal qual se revela entre os grupos que se formam dentro das lojas.
A desconstrução da amizade e a busca de uma nova política da amizade que vá além da fraternidade, ou seja, além da compreensão comum de democracia, revela o perigo que nós homens justos e perfeitos, estamos a correr, o Brasil vem se acabando a cada instante, inúmeros furtos, improbidades, desvios em grandes empresas Publicas, corrupção solta, órgão fiscalizador ameaçado para não desvendar mais os esquemas malignos de perjúrio. Onde esta o respeito, a fraternidade, foi se esconder das ofensas dos homens do Poder Político?
É nesse ponto, que Derrida usa Carl Schmitt, para ressaltar que a oposição, ou seja, a inimizade faz e delimita o político. Não é da amizade que ele nasce e sim da existência do inimigo. Por isso, se quiser fazer derivar uma política da amizade, mais do que da guerra, se teria ainda que entender a respeito do que quer dizer “amigo”. Ora, a significação do “amigo” não se determina senão na distinção oposicional “amigo-inimigo”.
Nada disso se torna interessante para a nossa ordem, esses atritos e pensamentos tão retrógrados. Onde esta o sentimento de irmandade e união? O que queremos para o futuro do Brasil? Lembrando que tudo começou quando se falava em independência, nossos irmãos estavam num só pensamento, vamos à luta!
Fonte: Carl Schmitt- jurista, filósofo político e professor universitário alemão. É considerado um dos mais significativos e controversos especialistas em direito constitucional e internacional da Alemanha do século XX.
Jacques Derrida- filósofo franco-magrebino, que iniciou durante os anos 1960 a Desconstrução em filosofia.
Antonio José S Ferreira – Tesoureiro da Loja Regeneração Sul Bahiana 994