O bacharelando do curso de Direito da Faculdade de Ilhéus, Vivaldo Pereira da Silva Neto, retornou a Ilhéus após conclusão dos cursos de Direito Internacional Público e de Direito Internacional Privado, realizado em Haia (“capital jurídica do mundo”), na Holanda, onde permaneceu durante 45 dias.   Ele foi aprovado para o curso de verão na Academie International de La Haye, tendo concorrido com a apresentação do artigo sobre o Direito Internacional no Mercosul, sob orientação do  professor Artur Andrade Moreira.

James Crawford, professor principal de Direito Internacional Público, de Cambridge, e o estudante Vivaldo Pereira da Silva Neto

No curso de Direito Internacional Público, o grupo de brasileiros era formado por 33 pessoas, sendo o segundo maior grupo, integrado por estudantes, diplomatas, professores e procuradores federais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas gerais e Rio Grande do Sul. No curso de Direito Internacional Privado, o grupo brasileiro contava com 35 pessoas.   Os cursos foram realizados com tradução simultânea para inglês e francês.

O Prof. Yves Daudet, coordenador dos cursos de Direito Internacional Público e Privado, e o estudante Vivaldo Pereira da Silva Neto

“Os cursos foram muitos bons, mas, na minha avaliação, o curso de Direito Público Internacional foi mais abrangente, com um leque de opções de aula bem maior –  com aulas de arbitragem internacional, diplomacia, o funcionamento da carta da ONU, etc.  Tivemos apenas um professor brasileiro, que é ministro da Corte Internacional de Justiça, Antonio Augusto Cançado Trindade. Ele explicou o funcionamento e os trâmites da Corte Internacional, como ocorrem os julgamentos, o tempo de duração, como fazem para redigir as decisões, qual a função de cada juiz dentro da corte, além de ter feito um debate com os alunos sobre o cenário internacional atual, discutindo assuntos como a Primavera Árabe e os Blocos Comerciais”, declarou Vivaldo Neto.

O estudante ilheense afirmou que conviveu, durante a experiência em Haia, com professores das melhores universidades do mundo, a exemplo de Cambridge, Oxford, Berkeley e Paris-Sorbonne.  “Na academia, me chamou à atenção a quantidade de livros na Biblioteca e sua organização, uma espécie de modelo para o mundo todo. Se empilharem os livros, lado a lado, fazendo uma fila, a extensão seria de 20 quilômetros, conforme me disse o bibliotecário”, acrescentou.

Vivaldo disse que participou do baile oficial que a Prefeitura local oferece na primeira semana do curso, realizado na sede própria do Executivo, e do World Cooking Day – evento realizado pelos estudantes, que se dividem em grupos e preparam pratos típicos de seus países. “Nós do Brasil, preparamos caipirinha e brigadeiro. Procuramos e conseguimos achar três garrafas de 51, a 15 euros. Todos os alunos recebem passe estudantil para circular na cidade. E ao apresentar o crachá da academia tínhamos desconto ou gratuidade para entrar em boates, museus e restaurantes”, salientou.

ACADEMIA – Fundada em 1923, a Academia de Direito Internacional de Haia é um centro de pesquisa e ensino do direito internacional público e privado, com o objetivo de realizar estudos avançados dos aspectos legais das relações internacionais. Anualmente, a instituição oferece cursos de verão a centenas de estudantes interessados em aperfeiçoar seus conhecimentos em Haia.  Vivaldo foi o único aprovado da Bahia. Filho de Glivaldo Silva e Francis Carneiro (funcionária do Banco do Brasil), ele estudou o fundamental e o nível médio no Colégio Vitória e fala bem a língua inglesa. Desde a sua criação em 1923, a Academia de Direito Internacional de Haia está instalada no Palácio da Paz. Próximo ao prédio do Palácio da Paz as instalações da Academia incluem o Salão Acadêmico construído para conferências internacionais, a Biblioteca do Palácio da Paz, bem como outras acomodações administrativas. Ao lado da Academia de Direito Internacional de Haia situam-se as mais altas instituições judiciais, como o Tribunal Internacional de Justiça e a Corte Permanente de Arbitragem.