A nova ponte Ilhéus-Pontal recentemente construída, acrescidas às mudanças no trânsito efetivadas no Bairro do Malhado, tem o condão de facilitar o acesso das pessoas a pé e motoristas conduzindo veículos. Daí nasceu a possibilidade, na extensão da Av. Soares Lopes até o Cristo Redentor, de construções de espaços para novos estacionamentos e aberturas de outras vias ampliando a mobilidade urbana para diversos fins. Espaços não faltam.

Com essa nova via urbana das ilhas para o continente já se percebe uma grande diminuição do sufoco no trânsito quando se tinha apenas a ponte antiga construída nos idos de 1966. Toda essa inovação de mobilidade urbana é um verdadeiro começo! O projeto deve ser continuado e doravante deve-se projetar a construção de outra ponte que ligue Banco da Vitória ou o Bairro Teotônio Vilela diretamente para a zona sul de Ilhéus. Com isso facilitar-se-á consideravelmente o transporte de carretas, caminhões, ônibus intermunicipais e outros modais que continuarão seu trânsito confortavelmente na futura duplicação da rodovia Ilhéus Itabuna.

Mas, concomitante ao citado projeto já está na hora, demorou, de se organizar a região DISTRITAL da cidade de Ilhéus. São subdivisões administrativas com poucas estruturas, e às vezes abandonadas, a exemplo do Rio do Braço. Desde que o transporte ferroviário foi extinto, esses lugares começaram gradativamente a serem despovoados. Perdeu-se o Percurso agradável na época do transporte ferroviário e em substituição os passageiros e moradores distritais deparam-se até os nossos dias com péssimas estradas transitadas por ônibus municipais sabidamente sem o conforto desejado, sem inclusão social e amargando pobreza.

A dicotomia cultural é altamente potencializada porque as pessoas que moram nos distritos são culturalmente desprestigiadas, esquecidas mesmos, vivendo sem acesso à escola, saúde pública, sem a proteção da segurança pública e oportunidade de trabalho em empresas rurais e outras que já deveriam ter sido instaladas nos distritos. Os que podem se deslocam para a região central a fim de ganhar algum sustento.

É fundamental a inclusão cultural para as pessoas que ainda “residem” nestas urbes ou nunca haverá união e progresso na antiga Capitania de SÃO JORGE DOS ILHÉUS. Além dessas providências, já deveria ter sido criados consórcios públicos com a nossa vizinha cidade de ITABUNA, a exemplo de um consórcio público de transporte intermunicipal entre essas duas cidades.

Nessa toada, sugere-se a criação de um Conselho (a Constituição Federal dá azo à criação de Conselhos) voltado para unir Ilhéus e a Região Distrital com o escopo de sugerir projetos a fim de propiciar a essas subdivisões administrativas um bom

estado de habitação, dando-lhes independência, uma nova aparência social e cultural propiciando melhores condições de vida para as pessoas que lá residem ou para quem queira investir e fazer turismo nessas URBES.

Nessa toada, os componentes do Conselho promoverão debates na construção de ideias e os resultados obtidos, frutos de amplas discussões, serão encaminhados aos órgãos governamentais do município (Executivo e Legislativo). Acredita-se que se terá paulatinamente uma cidade humanista e com isso surgirá um equilíbrio psicológico nas pessoas que vivem e convivem em todo território Ilheense, pois começa-se na prática o exercício do Parágrafo único do inciso V da Constituição Federal: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou DIRETAMENTE, nos termos desta Constituição”.

Claro que essa ideia de corrigir o estado sócio cultural – que amargam os Distritos de Ilhéus – deva acontecer num esforço contínuo e que dure, se preciso for, várias gestões daqui para frente, permitindo assim acabar com o crescente aumento da dicotomia cultural entre os que vivem na região Central de Ilhéus e os moradores que pelejam historicamene nos Distritos.

Gustavo Kruschewsky