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:: 26/jul/2020 . 1:01

DO FUNDO DO BAÚ DE JOSÉ LEITE

1) 60 ANOS DE JOSÉ LEITE EM ILHÉUS.

2) ILHEENSES EM VISITA AO CASARÃO DO HORTO E A ESTÁTUA DO PADRE CÍCERO.

3) PARABÉNS A JUAZEIRO DO NORTE PELOS 109 ANOS.

4) AS FOTOS DESTAQUES DA SEMANA. :: LEIA MAIS »

QUE SEJA SEM MAIS DELONGAS

Perto de completar um mês, a entrega da Ponte Jorge Amado –a nova ponte Ilhéus a Pontal– demorou pra cacete de acontecer, mas compensando o atraso a inauguração se deu em duas versões: A popular em 28 de junho, aniversário da cidade, e a oficial em 1/7/2020. A primeira ocorreu quando uma multidão empolgada desobedecendo as regras de distanciamento contra a pandemia que assola o planeta, ocupou-a e, inaugurou-a extraoficialmente. Na de solenidades, tomada dias antes por uma onda de incerteza –surfada por próis e contras o festejar do evento em razão da citada doença–, o governador Rui Costa em pronunciamento ao proliferado zum-zum-zum não hesitou proferir (aqui de modo não literal) que não estava preocupado com ‘ato de inauguração’ e sim em salvar vidas de pessoas. Abro parêntese para inserir que a postura do gestor –num país que dinheiro público é facilmente canalizado para festejar lançamento (mesmo em situações calamitosas) de pedra fundamental sem expectativa de andamento, foi deveras, salutar.

Alcaides e edis, à frente a Secretaria de Saúde, também abraçaram determinados (alguns nem tanto) o humanitário objetivo, a exemplo, se diga, do prefeito ACM Neto na capital. Atitudes estas não vistas até agora –sem nenhum viés político na afirmação– por parte de sua excelência, o mandatário maior da República. A propósito, como o soteropolitano e o estadual estão firmemente envolvidos e empenhados no combate à Covid 19 (nome da moléstia epidêmica causada pelo Coronavirus, o patógeno) e, como transita no noticiário que despois desta pandemia as relações humanas em todos os continentes serão diferentes, terão um tom, digamos assim, mais prudente, da espiritualidade baiana já saiu que, das consequências negativas provocadas pela doença, duas foram benéficas: o alinhamento entre dois adversários políticos e o fato do ‘bom-senso’ ter chegado primeiro na Bahia antecipando as previsões.

Noutra declaração pública o governador afirmou que a materialização da Ponte significa um sonho da Região. Sem dúvida Governador, pela importância sobretudo econômica que ela representará para estas bandas sulinas do Estado, realmente é um sonho, e sonho sonhado de longa data. Para a cidade ilheense, a iniciar pela solução do trânsito, os benefícios são incontáveis e estão às claras. E o que dizer da bela visão da praia e da avenida Soares Lopes, da baia do Pontal, enfim do ar metropolitano –como se expressam os mais arrebatados– que os seus 533 metros de extensão oferecem?

Como estudos mostram que –por falar na geográfica região ao sul do Estado– pós-debacle da cacauicultura do fim dos anos 80 do século passado –com o aparecimento da Vassoura de Bruxa– a matriz econômica do Sul da Bahia mudou do setor primário para o setor terciário da economia, significando afirmar que o cacau perdeu a liderança em gerar riqueza, hoje muito se questiona se o termo ‘cacaueira’ deve permanecer na referência regional. Para uma faixa de terra que contribuiu ao longo de anos com expressivos recursos financeiros para o Estado da Bahia e para a União, que é conhecida no mundo como ‘Civilização do Cacau’ e, expecta ainda contrapartidas justas desses entes públicos, natural que, pela tradição cultural a expressão se torne persistente entre os sul-baianos. :: LEIA MAIS »

Luto em Ilhéus: Morre o radialista Saldanha

Informamos, com pesar, que o radialista Elival Vieira dos Santos,  de 70 anos, popularmente conhecido como Saldanha, o “Gogó de Ouro” faleceu, neste sábado, 25 de julho de 2020, acometido por um infarto.

Saldanha, figura irreverente do radialismo regional, trabalhou em diversas emissoras de Ilhéus. Ao tempo em que noticiamos o falecimento, manifestamos solidariedade aos amigos e familiares.

POR: CHICO ANDRADE

Prefeitura de Ilhéus libera acesso às praias, mas atividades em grupo continuam suspensas

O prefeito Mário Alexandre publicou na última terça-feira (21) decreto que autoriza o acesso às praias em Ilhéus, contudo, mantém vedada a prática de atividades físicas em grupo e demais atividades que acarretem aglomeração. As praias estão liberadas para banho, desde que as pessoas respeitem as regras de distanciamento social, utilizem máscara de proteção e sigam as demais medidas de prevenção contra o novo coronavírus.

Mário Alexandre ressaltou que os jogos de futevôlei e as famosas peladas continuam proibidos. “Pedimos que as pessoas não saiam em grupo. É importante manter a responsabilidade. O cidadão precisa ter consciência de que atitudes corretas também são eficazes para controlar a proliferação da doença”.

Segundo informa Anderson Gusmão, chefe de divisão de Salva-Vidas, as equipes atuam diariamente na faixa litorânea de norte a sul, das 10h às 16h, com o objetivo de reforçar as normas de acesso, monitorar e orientar os banhistas. Os postos estão localizados nas seguintes praias: Mamoã; Joia do Atlântico; São Domingos; Norte I; Passarela; Avenida; Concha; Vietnã; Jardim Atlântico; Guarany; Soro Caseiro; Gabriela; Vó Eró; Palmito; Cururupe; Batuba e Cai n’água.

Mesmo após a liberação do acesso, equipes do setor de Fiscalização de Postura e efetivo da Guarda Civil Municipal (GCM), com apoio da Polícia Militar continuarão reforçando as ações de fiscalização para assegurar o cumprimento do decreto municipal.

POR SECOM

Comitê Emergencial da UFSB divulga boletim especial com projeções sobre contágio de covid-19 na região

O Observatório da Epidemia do Novo Coronavírus no Sul da Bahia, iniciativa do Comitê Emergencial de Crise da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), divulgou nesta segunda-feira (20) edição especial do boletim informativo. Em geral, o boletim informa a análise da evolução da pandemia na região. A edição especial tem a diferença de apresentar uma simulação para as cinco maiores cidades do sul da Bahia, supondo diferentes níveis de supressão de fluxo de pessoas. O estudo foi elaborado pelo matemático Fabrício Berton Zanchi e pelo engenheiro químico Orlando Ernesto Jorquera Cortes, professores da UFSB (Campus Sosígenes Costa). Conforme o boletim, as estimativas não necessariamente vão se concretizar, uma vez que os cálculos realizados se baseiam em parâmetros que variam ao longo do tempo, como as taxas de contágio e de letalidade, dependendo da qualidade dos dados oficiais e de como cada município age frente à situação.

As projeções feitas pelos cientistas são equações diferenciais que usam as informações disponíveis no momento para buscar entender as possibilidades, no caso, fazer uma estimativa do que pode ocorrer se o contágio continuar no ritmo atual e que diferença as atitudes de enfrentamento fazem nesses cenários. Os professores trabalharam com um modelo SEIRD, que utiliza cinco compartimentos – Susceptíveis (S), Expostos (E), Infectados (I), Recuperados (R) e Óbitos (D) – e os seguintes parâmetros: tamanho da população, período de incubação, número de casos e óbitos, taxa de contágio, taxa de letalidade e tempo que uma pessoa leva para se recuperar. Com resultados preocupantes, os autores simularam a pandemia em três cenários: sem restrição ao fluxo (mobilidade total), mantendo o atual esforço de supressão de fluxo de pessoas (quarentena flexível) e um cenário restritivo próximo do lockdown.

O documento pode ser baixado e consultado na íntegra neste link.

 


Heleno Rocha Nazário
Jornalista – Mestre em Comunicação Social (PPGCOM/PUCRS)

UFSB Ciência: Em artigo, pesquisador aponta para impactos do racismo na carreira de professores negros de língua inglesa

Há diversas barreiras impostas pelo preconceito racial, sem esquecer do cruzamento com os problemas de classe social. Um artigo derivado de pesquisa em nível de doutorado realizada pelo professor Gabriel Nascimento, atuante no Campus Sosígenes Costa (Porto Seguro), trata da desconfiança quanto à capacidade de pessoas negras serem capazes de exercer a docência de língua inglesa. O artigo Racism in English Language Teaching? Autobiographical Narratives of Black English Language Teachers in Brazil, publicado na Revista Brasileira de Linguística Aplicada e derivado da tese doutoral, analisa os efeitos do racismo na trajetória de professoras negras que ensinam o idioma inglês no Sul da Bahia.
Trata-se de um estudo com metodologia autobiográfica, no qual as participantes contribuem diretamente com relatos de suas experiências e suas histórias de vida. No caso, duas professoras contam sobre o processo de formação docente e o exercício da profissão em sala de aula. São vários momentos e modos em que a questão racial se mostra como obstáculo para a carreira das duas docentes. Essa situação tende a gerar um dilema entre as identidades que essas pessoas forjam para si: de resistência na/pela linguagem, persistindo na profissão e usando a linguagem para isso, ou de resistência à linguagem, desistindo do exercício profissional.
O tema está relacionado a outros trabalhos recentes do professor Gabriel, em que o ensino de Língua Inglesa é analisado de um ponto de partida decolonial. Neste artigo, reconhecendo a possibilidade de articulação do ensino do idioma inglês a processos de controle imperialista de novos territórios e a ideias racistas, o pesquisador argumenta que a expressão em língua inglesa deve ser vista por pessoas negras como oportunidade de existir em um status de igualdade, como participantes de plenos direitos linguísticos, inclusive como estudiosos e docentes nessa área. Se expressar em inglês é também afirmar e ter reconhecida a sua competência linguística para todos os fins. As histórias das professoras, relatadas na pesquisa, mostram os trajetos, os obstáculos e as táticas que elas empregam para vencer esse terreno.
A pesquisa do professor Gabriel dialoga com outros estudos que analisam as relações entre as práticas da linguagem e do racismo, e o percurso de investigação inspirou a criação do Grupo de Pesquisa em Linguagem e Racismo. O professor Gabriel Nascimento falou sobre o estudo em entrevista concedida por e-mail.
ACS: Os relatos apresentados no artigo mostram como a situação educacional da rede pública se torna uma barreira adicional para as pessoas negras estudarem e posteriormente ensinarem a língua inglesa, sem falar em melhoria de suas condições de vida. Em termos de política pública, o que se pode sugerir para reparar essa situação?
Professor Gabriel Nascimento: A escola tem que ser um lugar seguro para professores negros e estudantes negros. Um lugar que não marque suas trajetórias como se essas pessoas fossem sem-língua. Ao contrário, muitas já falam diversas línguas de suas comunidades antes de chegar na escola. O que pode ser feito sempre tem a ver com o projeto político pedagógico daquela escola. Tem a ver com um currículo em que ensino de conhecimentos afrobrasileiros não sejam o transversal, mas algo naturalizado no cotidiano da escola. O ensino de língua inglesa precisa ser plenamente democratizado, o que não é hoje. Atualmente o inglês ainda ocupa o lugar de complementação de carga horária, por exemplo. É preciso que os professores negros de língua inglesa não sejam vistos como mais estrangeiros na língua e que a escola ensine que o inglês não é um selo de língua mais civilizada, mas uma língua a mais que será importante para o desenvolvimento do aluno. Aprender as mais diversas formas de falar o idioma, incluindo as variantes africanas do inglês, é uma boa forma de incluir, por meio de vídeos, músicas, textos, o conhecimento, os sotaques e as formas legítimas da pessoa negra existir na língua inglesa.
Existir na língua é uma preocupação importante da minha pesquisa. É preciso que a escola, mais do que contribuir para reproduzir mitos de que quem aprende inglês é quem viaja para outros países, que não se aprende inglês na escola. Essas são formas racistas de tratar o ensino de inglês na escola que têm a ver com uma autoestima de colonização reproduzida pelos professores de maioria branca no ensino de língua inglesa. Ao se sentirem inferiores aos professores de inglês que são falantes nativos, eles impõem isso para os estudantes negros. A língua, de difícil, se torna impossível.
ACS: A desconfiança em relação à capacidade de uma pessoa negra em aprender e ensinar um segundo idioma, no caso o inglês, parece brotar do mesmo solo que as ações mais violentas, porém em versão mais dissimulada. A esse trabalho se pode remeter algumas das preocupações de um artigo anterior de sua autoria, sobre os aspectos do Ensino da Língua Inglesa, em especial a imposição de padrões definidos pelos falantes nativos. Pelas suas experiências e pesquisas, como a linguagem e o racismo se conectam nos ambientes educacionais?   
Professor Gabriel Nascimento: O racismo naturaliza as condições de violência para as pessoas negras. Isso até parece algo normal, como a chuva que cai. Ele também desnaturaliza o sucesso de pessoas negras. A relação da linguagem e racismo se funda nesse aspecto. A linguagem é o lugar que  usamos para naturalizar e desnaturalizar processos. Então, em primeiro lugar o próprio corpo negro não é visto como natural no âmbito de falantes de uma segunda língua. Nem uma primeira. Muita gente negra é acusada de nem “saber falar português direito”, quanto mais inglês. Ou seja, a impossibilidade de ter uma primeira língua supostamente faz o negro ser incapaz de aprender uma segunda ou outras línguas adicionais. É incrível como o racismo desumaniza através da linguagem. Ao ser ensinado você sempre é lembrado do seu status de não-falante. Nunca tratamos nossos estudantes como já falantes daquela segunda língua, porque é exatamente isso que eles são. Falar não é necessariamente se expressar com uma qualidade idealizada. É se expressar.
Os ambientes educacionais, assim, são espaços de conformação dessa identidade condicionada pelo racismo. As identidades brancas, quase raridade nos espaços de concentração do ensino público, vão sendo vistas como mais competentes ou com mais qualidade e as pessoas negras, já bombardeadas pelo racismo, são ainda mais invisibilizadas ou têm seu conhecimento exterminado, o que temos chamado de epistemicídio.
ACS: Pode explicar mais sobre como as noções de resistência na/ através da linguagem e resistência à linguagem descrevem as experiências das pessoas negras com o aprendizado e a atuação como docentes de inglês?
Professor Gabriel Nascimento: O fato das pessoas aprenderem a falar vários idiomas quase nunca tem a ver com a capacidade delas. Mas com as variáveis sociais e raciais. Seria muito bom que a resistência fosse sempre vista como algo que já existe nessas pessoas. Ou seja, mesmo com as imensas dificuldades, essas pessoas são multilíngues em sua natureza. A forma de falar com o filho e diferente da forma de falar no mercado e é diferente da conversa na beira do rio quando se pesca. Ao irem para a escola, aquelas e aqueles que conseguem resistir na e através da língua, resistem com as resistências que já têm. Já vi muitíssimos alunos negros com facilidade em língua inglesa, com vontade de aprender, mas vejo uma escola que os quer monolíngues. Os professores que entrevistei não caíram de paraquedas no ensino de língua inglesa. Sempre gostaram de inglês, mas resistiram vendo as necessidades reais e adiamentos e a vida nos trouxe até aqui em alguma oportunidade que nos agarramos.

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